Resumo

A Inovação Social (IS) possibilita discussões multidisciplinares, entre múltiplos atores, com foco na criatividade humana, colaboração e proposição de ideias diferenciadas. Trata-se de um fenômeno atrelado à busca de soluções para problemas econômicos e socioambientais complexos, que fomenta o desenvolvimento e implementação de estruturas organizacionais com orientações estratégicas remodeladas. No Brasil, os negócios sociais e inclusivos são as terminologias mais utilizadas para identificar organizações com objetivo de gerar transformação social nas comunidades.

Nesse sentido, verificou-se a oportunidade de elaboração de um estudo que revisa resultados de publicações anteriores sobre o assunto, porém com foco delimitado ao marco temporal (2015 a 2023) e alinhado ao quinto ODS. Busca-se responder à seguinte questão norteadora: quais modelos de inovação social (IS) propostos na literatura podem contribuir para o desenvolvimento de organizações sociais associadas ao ODS 5? Quanto ao objetivo, busca-se analisar as contribuições dos modelos de IS quanto à estruturação e desenvolvimento de organizações sociais voltadas a grupos de mulheres.

A diversidade de especialidades explorando o conceito de IS, e enriquece as discussões para além do foco na inovação com fins lucrativos e de mercados (Ziegler, 2017). Carayannis et al., (2021) apresentam o ecossistema colaborativo de inovação social, baseado no modelo de quádrupla/quíntupla hélice composto pelos seguintes atores: governo, indústria (empresas ou sistema econômico geral), academia, sociedade civil e empreendedores sociais, sendo estes o coração do ecossistema. Assim, os atores sociais são essenciais nesse processo transformador.

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com atividades sequenciadas: redução de dados, categorização dos dados, interpretação dos dados e a redação/relatório científico dos dados. O estudo utiliza a proposta de Dresch, Lacerda e Antunes-Junior (2015), que define critérios para a avaliação das dimensões de qualidade dos estudos primários, sendo elas: adequação à questão de revisão e adequação ao foco da revisão, pois houve a busca de artigos que apresentavam modelos de negócios inovadores voltados para mulheres e modelos de negócios inovadores.

Identificou-se modelos de negócios que buscam a inclusão financeira de mulheres por meio de iniciativas de empoderamento e suporte aos empreendimentos promovidos em suas comunidades. Alguns estudos associam a inovação social com os objetivos do Desenvolvimento Sustentável e propõem modelos voltados ao alcance desses objetivos. São discutidos os principais resultados relacionados à dois tópicos específicos: Microcrédito/Microfinanças para Mulheres e Modelo de Inovação Sustentável e Práticas para Inovação Social, pois entende-se que se relacionam com a questão norteadora desta pesquisa.

O estudo trouxe uma revisão integrativa com múltiplos enfoques sociais, apresentando a situação de empreendimentos sociais voltado ao público feminino e de modelos de inovação sustentável e social, de acordo com os ODS. O mapeamento das estruturas das organizações sociais permite uma compreensão mais clara dos diferentes modelos e abordagens existentes. Isso é fundamental para empreendedores sociais que desejam estabelecer novas empresas com impacto social, pois podem se basear em exemplos e experiências anteriores para desenvolver estratégias eficazes.

CARAYANNIS, E. G. et al. Social Business Model Innovation: A Quadruple/Quintuple Helix-Based Social Innovation Ecosystem. IEEE Transactions on Engineering Management, [s. l.], v. 68, n. 1, p. 235–248, 2021. DRESCH, A.; LACERDA, D. P.; ANTUNES JUNIOR, J. A. V. Design Science Research - Método de Pesquisa para o avanço da ciência e tencologia. Bookmaned. Porto Alegre: [s. n.], 2015. ZIEGLER, R. Social innovation as a collaborative concept. Innovation: The European Journal of Social Science Research, [s. l.], v. 30, n. 4, p. 388–405, 2017.