Resumo

Título do Artigo

Brasil é destaque na produção acadêmica mundial sobre Comunidades Tradicionais
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Tema

Estudos da Amazônia

Autores

Nome
1 - Helma de Souza-Pinto
FEA-RP/USP - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP - FEA-RP Responsável pela submissão
2 - Ademar Alves Vilarinho Sobrinho
FEA-RP/USP - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP - FEA-RO/USP
3 - Lara Bartocci Liboni
- FEA-RP

Reumo

As Comunidades Tradicionais e os Indígenas ocupam mais de um quarto da superfície global da terra, cobrindo cerca de 40% de todas as áreas protegidas terrestres abrigando 80% da biodiversidade mundial contribuindo, assim, para a preservação do meio ambiente. Porém, as Comunidades Tradicionais, em especial aquelas que habitam regiões de rica biodiversidade, estão sofrendo os impactos da degradação ambiental decorrente das mudanças climáticas, do avanço das lavouras, normalmente de commodities, da pecuária extensiva, do garimpo ilegal, além do aumento de queimadas e da caça e pesca ilegais.
Apesar de reconhecida importância para conservação ambiental e do crescente interesse acadêmico, a quantidade de trabalhos que evidenciam o estado da arte do conhecimento acumulado na literatura sobre as Comunidades Tradicionais ainda é incipiente. Dessa forma, torna-se necessário mais aprofundamentos nas pesquisas relacionadas a essa temática. Nesse sentido, o objeto deste estudo é realizar uma análise da produção científica internacional relacionada às Comunidades Tradicionais e disponibilizar um panorama acerca deste tema tão importante no contexto atual da sociedade.
De acordo com a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, esses são grupos culturalmente diferenciados que possuem formas próprias de organização social, ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. A pesquisa sobre o tema vem ganhando especial atenção pois os modos de vida e os conhecimentos tradicionais comumente são citados como formas sustentável de uso dos recursos naturais.
A metodologia baseia-se na pesquisa bibliográfica e na aplicação de procedimentos de bibliometria para apresentar um levantamento bibliográfico e quantificar a literatura internacional sobre Comunidades Tradicionais. A bibliometria utiliza a análise quantitativa de dados para estudar os padrões de publicação em um determinado campo de estudos em determinado período. A amostra foi obtida através da base de dados ISI Web of Science utilizando-se o termo “Traditional Communit*”, buscando-se no título, resumo ou palavras-chave dos artigos, refinando-se apenas para a seleção de artigos.
Foram identificados 737 artigos publicados entre 1964 e 2022, disponíveis em 517 periódicos diferentes, envolvendo 2417 autores. Os artigos foram publicados por meio de 1104 instituições de ensino e pesquisa diferentes, distribuídas em 96 países indicando que apesar de alguns países se destacarem, existem pesquisas dispersas em diferentes países e regiões. Verificou-se considerável aumento na quantidade de artigos após o ano de 2015 comprovando o aumento do interesse dos pesquisadores em relação às pesquisas considerando as Comunidades Tradicionais.
Os estudos sobre Comunidades Tradicionais ganharam forte impulso nos últimos 5 anos, período que registrou 50% da produção internacional mesmo com a queda da produtividade assistida nos anos de 2020 e 2021, provavelmente em função da pandemia de Covid-19. O protagonismo de pesquisadores e instituições de pesquisa brasileiros pode indicar que as Comunidades Tradicionais são parte da realidade brasileira, seja por questões ligadas ao meio ambiente, conhecimento sobre biodiversidade ou outras questões de cunho histórico ou social.
Brasil. (2007). Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais - DECRETO No 6.040, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2007. In Diario Oficial da Uniao. Da Cunha, M. C., & De Almeida, M. W. B. (2000). Indigenous people, traditional people, and conservation in the Amazon. Daedalus. Little, P. E. (2002). Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade (Série Antr). UNB. Popova, U. (2014). Conservation, Traditional Knowledge, and Indigenous Peoples. American Behavioral Scientist, 58(1), 197–214.