Resumo

As preocupações em relação aos requisitos ambientais têm sido observadas e discutidas amplamente tanto nas organizações quanto na academia. A sensibilização das organizações em consideração às questões ambientais, como mudanças climáticas, emissões de gases de efeito estufa, descarte de resíduos, utilização de aterros sanitários, poluição da terra e da água, consumo de recursos e reciclagem de materiais, são temas recorrentemente trazidos à discussão e ao planejamento estratégico, juntamente com iniciativas de inovação (SCARPELLI, 2020).

Hojnik et al. (2017) e Lin (2021) frisam que o desenvolvimento das capacidades dinâmicas aliado ao contexto da ecoinovação nas empresas que já desenvolveram uma capacidade de inovação, têm mais facilidade em implantar ações de ecoinovação, uma vez que essas empresas já possuem experiências na operacionalização da inovação, rotinas estabelecidas e processos de gerenciamento de suas atividades. O objetivo consiste em identificar as principais bases teóricas utilizadas para fundamentar os conceitos de ecoinovação e capacidades dinâmicas, e como esses conceitos se relacionam teoricamente.

Lynch (2019) destaca em sua pesquisa que embora os estudiosos tenham vinculado inovação e sustentabilidade (BLUM-KUSTERER; HUSSAIN, 2001; HANSEN et al., 2009; SEEBODE et al., 2012) e distinguido as capacidades ordinárias e dinâmicas (SCHRIBER; LÖWSTEDT, 2021; KARNA et al., 2016; TEECE, 2010), a dinâmica da sustentabilidade e inovação representam um novo desafio para empresas em mercados desenvolvidos e em desenvolvimento.

O método utilizado foi a revisão sistemática da literatura, exploratória e qualitativa. As bases de dados utilizadas foram Scopus e Web of Science. Foram pesquisados os termos em inglês "eco-innovation", "ecoinnovation", "dynamic capabilities" e “dynamic-capabilities”.

Os resultados da RSL trouxeram apenas três estudos que abordam a utilização das capacidades dinâmicas como base para o desenvolvimento da ecoinovação de forma qualitativa em países em desenvolvimento. Há uma clara necessidade de mais pesquisas sobre os temas integrados de capacidades dinâmicas e ecoinovação de forma a avaliar seus impactos na organização a longo prazo, na abordagem estratégica da organização e na mudança de pensamento da gestão da empresa sobre o tema (REYES, 2019; VALDEZ, 2020; MORONI, 2022).

Com base no referencial teórico apresentado, foi possível identificar que as práticas de ecoinovação contribuem para atender as novas sistemáticas e possibilitam a melhoria do desempenho organizacional. Como resultado desse processo, além da melhoria do desempenho há uma melhoria na percepção dos stakeholders. A busca das empresas pela diferenciação e o desejo de atender às pressões externas têm sido um desafio constante, e nesta RSL torna-se evidente que a aliança entre a ecoinovação e as capacidades dinâmicas aponta um caminho para auxiliar na conquista dessas premissas.

ARRANZ, N. et al. Innovation as a driver of eco-innovation in the firm: An approach from the dynamic capabilities theory. Business Strategy and the Environment, v. 29, p. 1494-1503, 2020. BARI, N.; CHIMHUNDU, R.; CHAN, A. Dynamic Capabilities to Achieve Corporate Sustainability: A Roadmap to Sustained Competitive Advantage. Sustainability, v. 14, p. 1531, 2022. MOON, S.; LEE, H. Shaping a circular economy in the digital TV industry: focusing on ecopreneurship through the lens of dynamic capability. Sustainability, v. 13, 2021.