Resumo

O nível de participação e composição dos gêneros na estrutura de governança corporativa das empresas, bem como em cargos superiores, é foco de diversas pesquisas nacionais e internacionais (BIRINDELLI et al. 2018; COLUCCIA et al. 2019; QURESHI et al. 2020; BUALLAY et al. 2020; PRUDÊNCIO et al. 2021). Tanto que, os resultados obtidos para os cenários mais distintos entre si indicam que, independentemente de economias desenvolvidas ou em desenvolvimento, a representatividade das mulheres na estrutura de governança é substancialmente inferior à dos homens (PRUDÊNCIO et al. 2021).

Como ponto norteador desta pesquisa tem-se o seguinte questionamento: Como o IDIVERSA poderá influenciar no disclosure de informações de ESG das empresas listadas na [B]3? Como objetivo geral pretende-se verificar se existe influência do IDIVERSA no disclosure de informações de ESG das empresas reguladas e não reguladas na [B]3. Especificamente tangenciar a discussão da Teoria da Agência como uma das principais ferramentas de monitoramento para regular conflitos de interesse e apresentar algumas inferências sobre a contribuição do IDIVERSA para o ESG e para a governança corporativa das empresa

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (2017) recomenda que haja diversidade de gênero no Conselho de Administração da empresa para proporcionar pluralidade de ideias, valorizando assim as características dos membros com debates mais ricos e, portanto, para as melhores tomadas de decisão (MARTINS & JÚNIOR, 2020). Na última década, tem havido um consenso na literatura internacional de que uma maior diversidade de gênero na estrutura de governança das empresas é capaz de melhorar o desempenho socioambiental e financeiro das firmas, além de gerar impactos positivos de reputação.

Este estudo classifica-se como descritivo e qualitativo, baseando-se nos estudos de Patton (2015) que busca examinar e refletir sobre percepções que tragam um entendimento da temática abordada de forma descritiva dos aspectos definidos em documentos, materiais bibliográficos e legislação pertinente, onde será apresentado as características do IDIVERSA, o índice de diversidade com foco em gênero e raça da [B]3. Esse novo indicador é uma maneira de reconhecer as companhias listadas que se destacam em diversidade, além de promover maior representatividade de grupos sub-representados.

Diferentemente de outros índices já existentes, este índice trabalha com uma tese de agrupamento ao considerar os dois grupos socialmente menorizados. Isto deve ajudar a induzir práticas ESG no mercado, e trazer mais investimentos. Com validade a partir de 15 de agosto de 2023, a primeira carteira do IDIVERSA B3, inclui 80 empresas conforme tabela 1, abrangendo dez setores econômicos. Este índice é o décimo da família de indicadores ESG disponibilizados pela bolsa brasileira. A família conta ainda, segundo a [B]3, com o ISE B3, este de sustentabilidade, o IGPTW B3, que reúne as melhores empres

O IDIVERSA B3 é um indicador composto de ações e units exclusivamente de companhias listadas na B3 que atendem aos critérios de inclusão descritos na metodologia. Não estão inclusos nesse universo as BDRs (Brazilian Depositary Receipts, recibos de empresas negociadas no exterior) e ativos de companhias em recuperação judicial ou extrajudicial, regime especial de administração temporária, intervenção. Para evidenciar a necessidade do IDIVERSA, ressalta-se as pesquisas realizadas pela OIT e Panorama Mulher (532 empresas: Brasil, América do Norte e Europa) ambas realizadas em 2019.

ALBITAR, K., HUSSAINEY, K., KOLADE, N., & GERGED, AM (2020). Divulgação ESG e empresa desempenho antes e depois do IR. International Journal of Accounting & Information Management, 28(3), 429-444. https://doi.org/10.1108/IJAIM-09-2019-0108. BRAVO, F., & REGUERAŸALVARADO, N. (2019). Divulgação do desenvolvimento sustentável: Relatórios ambientais, sociais e de governança e diversidade de gênero no comitê de auditoria Estratégia Empresarial e Meio Ambiente. 28(2), 418-429. https://doi.org/10.1002/bse.2258.