Resumo

Título do Artigo

ESTRATOS DA POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA: uma análise da pesquisa em nível de pós-graduação stricto sensu
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Tema

Educação e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - WASHINGTON JOSE DE SOUZA
- Responsável pela submissão
2 - Anderson Gomes de Oliveira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN - Direito
3 - Romoaldo Marroque Torres
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN - CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
4 - Diego José do Nascimento Rabelo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN - Campus Natal

Reumo

A popularização da ciência no Brasil é parte da política de CT&I e busca promover bem-estar social e interdisciplinaridade. MCTI e CNPq lideram as ações apoiando projetos como ciência móvel, olimpíadas científicas e a Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Essa abordagem combate a visão isolada da ciência e promove a democratização do conhecimento científico. Utilizando o CTD/Capes, o artigo examina como essa temática tem sido abordada pela comunidade acadêmica, especialmente na pesquisa de pós-graduação, considerando geografia, áreas de conhecimento e temas.
Partimos da seguinte questão: como se apresentam escolhas temáticas, abordagens e lacunas na popularização da ciência no Brasil a partir da pesquisa em nível de pós-graduação stricto sensu, estratificada por regiões e grandes áreas e áreas de conhecimento? Nosso objetivo é compor, a partir de inventário da pesquisa na pós-graduação stricto sensu, quadro de particularidades da popularização da ciência no Brasil evidenciando a distribuição espacial e por grandes áreas e áreas do conhecimento e escolhas temáticas, abordagens e lacunas.
A pesquisa se baseia na compreensão de que a popularização da ciência desempenha papel fundamental na sociedade contemporânea, combatendo a visão isolada do conhecimento científico. Teóricos como Lévy-Leblond (1992, 2006), Nieto (2002) e Myers (2003) destacam a integração da ciência ao contexto social, cultural, político e econômico, respaldando essa abordagem. Igualmente apoia-se na leitura do CNPq de que temas como sustentabilidade, desigualdades sociais e ameaças ambientais são cruciais para o bem-estar da sociedade e requerem a democratização do conhecimento científico.
A pesquisa é exploratória e descritiva e exploratória (Gil, 2010). Descreve o fenômeno da popularização da ciência no Brasil por meio de levantamento bibliográfico. É exploratória por buscar compreender fenômeno pouco conhecido. É quanti-qualitativa combinando levantamento bibliográfico com estratificação de dados coletados no CTD/Capes com o descritor "popularização da ciência." A análise foi feita por distribuição geográfica e áreas/grandes áreas do conhecimento utilizando o Excel e qualificação das abordagens pela leitura isolada e sínteses de confluências e divergências no conjunto.
Foram analisadas 100 dissertações e 32 teses disponíveis no CTD/Capes. A partir dessa análise, ficou clara a concentração de pesquisas em popularização da ciência no Sudeste (44,7%), seguido pelo Sul (26,5%) e Nordeste (15,9%). A pesquisa evidenciou desigualdade na distribuição de programas de pós-graduação, com o Sudeste liderando (44,63%). As teses e dissertações concentram divulgação científica. É limitado o número de pesquisas derivado da extensão e de atividades empíricas em ambiente escolar, e, outros ambientes extramuros, que não alcança 10% do total.
Nesta revisão sistemática observamos assimetrias geográficas e de foco nas pesquisas em "popularização da ciência". A concentração ocorre no Sudeste e na divulgação científica, com pouca ênfase em ações interativas e escolares. A extensão universitária assume, nos dados, a ideia de transferência de tecnologia e divulgação do conhecimento, sem abordagem efetiva de popularização. Futuras pesquisas podem explorar a autoidentificação de pesquisadores como agentes de popularização da ciência e aprofundar as abordagens empíricas e dialógicas.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010 Lévy-Leblond, Jean Marc. About misunderstandings about misunderstandings. Public Understanding of Science, London, v. 1, n. 1, p. 17-21, 1992. BRASIL, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Por que popularizar? Disponível em: https://www.gov.br/cnpq/pt-br/assuntos/popularizacao-da-ciencia/por-que-popularizar. Acesso em: 5 jul 2021. BRASIL, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Popularização da Ciência. Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/popciencia. Acesso em: 5 jul 2022.