Resumo

O artigo se propõe a investigar a atuação dos Bancos no Brasil em termos de sustentabilidade, no contexto histórico e econômico, com ênfase na temática Ambiental, Social e de Governança, analisando suas características e situação atual. Para tanto, explora documentos elaborados por instituições financeiras e apresenta as suas atuações em curso. Os produtos ofertados por esta instituições, no contexto da economia verde, são comparados aos produtos tradicionais, com o intuito de analisar a viabilidade de sua aplicação, em termos de rentabilidade e de contribuição ao desenvolvimento sustentável

Considerando-se que os produtos verdes, além de investir valor financeiro, intentam em questões ambientais, sociais e de governança, proporcionando lucros aos envolvidos, este artigo tem como proposta responder à questão: é observada rentabilidade e benefício direto ao cliente que adquire estes produtos? Adicionalmente, há indícios de que estes produtos realmente beneficiem, de alguma forma, o meio ambiente, favorecendo a sociedade como um todo? O estudo teve como objetivo observar se os produtos verdes oferecem benefícios a quem os adquirem.

A fundamentação teórica teve como pilares aportes sobre o cenário do Sistema Financeiro Nacional, apresentando sua inseção na economia brasileira e a questão da Sustentabilidade, a partir do seu histórico, abordando desde a criação do conceito até o desenvolvimento da governaça ambiental, social e corporativa (ESG). A preocupação consistiu em mostrar a aderência dos Bancos a este movimento de atualização constante, agregando valor aos serviços voltados à questão ambiental, social e de governança, lançando produtos verdes de investimentos e créditos e priorizando iniciativas sociais.

A metodologia seguiu uma abordagem quali- quantitativa, de natureza descritiva, com pesquisa baseada na amostra dos dados referentes a cinco instituições financeiras, no período de 2017 a 2022. Foram consultados dados constantes de portais oficiais e pesquisas acadêmicas, periódicos virtuais e impressos e literatura acadêmica sobre o tema, além de publicações eletrônicas em portais relevantes e idôneos. A pesquisa procurou explorar e explicar o tema em questão, fornecendo informações adicionais, de forma a expandir a compreensão do problema levantado.

Foi elaborada uma análise da performance dos produtos bancários verdes, a partir dos Ativos de Renda Variável e Multimercado dos Bancos componentes da amostra e dos Produtos de Renda Fixa, incluindo Letra de Crédito Agronegócio e Certificado de Depósito Bancário, possibilitando comparações de rentabilidade.Analisando os ativos estudados, observou-se que a rentabilidade apresentou grande volatilidade, chegando a ser negativa em diversos períodos; é importante considerar que, além de verdes, a maioria dos produtos são de renda variável, ou multimercado, possuindo uma maior volatilidade.

A partir dos ativos analisados, observou-se que a rentabilidade passou por grande volatilidade, chegando a ser negativa em diversos períodos; além de verdes, a maioria dos produtos é de renda variável, ou multimercado, possuindo uma volatilidade maior em comparação a outros ativos. Todos os bancos analisados são sólidos, lucrativos e preocupados com a temática ESG, mas há poucas informações conclusivas.As estatísticas sociais revelam que a maioria das metas relacionadas às 17 ODS não tem avançado, no Brasil.Resultados mais efetivos dos investimentos requerem uma análise a longo prazo.

ALVES, Ricardo Ribeiro. Sustentabilidade empresarial e mercado verde: a transformação do mundo em que vivemos. São Paulo: Vozes, 2019. ASSAF NETO, Alexandre. A Administração do capital de giro. São Paulo: Atlas, 2022. IBGC. Boas Práticas para uma Agenda ESG nas organizações. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. São Paulo: IBGC, 2022. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa.São Paulo: Atlas, 2021. ROSSETTI, Jose Paschoal.; ANDRADE, Adriana. Governança Corporativa: Fundamentos, Desenvolvimento e Tendências, 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.