Resumo

As consequências geradas pelas mudanças climáticas mobilizaram organizações e países em todo o mundo a elaborarem planos de ação de desenvolvimento sustentável para enfrentamento e gerenciamento dos riscos financeiros (LI et al., 2021). Em meio a várias iniciativas, surgiu o princípio de ESG (Environmental, Social and Governance) (KELL, 2018; OGNEN et al., 2017). No setor financeiro, os critérios ESG são considerados parâmetros de avaliação para o investimento sustentável e consequentemente influenciam diretamente na sustentabilidade de uma empresa (OGNEN et al., 2017).

Esta pesquisa busca responder a seguinte questão de pesquisa: Como estão sendo desenvolvidos os estudos empíricos que buscam entender a relação entre índices de sustentabilidade e fatores de ESG com o desempenho financeiro das empresas? Dessa forma, o objetivo geral desta pesquisa é compreender como está sendo estudada a relação do ESG com o desempenho financeiro das empresas, a partir de uma revisão bibliométrica da literatura. Como objetivo específico, buscou identificar se estão sendo realizadas pesquisas a partir dos índices de sustentabilidade da Bolsa Brasileira, a B3.

ESG é uma terminologia derivada do investimento socialmente responsável. Foi introduzido em 2004 em um relatório intitulado “Who Cares Wins”, traduzido para o português “Ganha quem se importa”, publicado pelo Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e instituições financeiras de 9 países (KELL, 2018; KOCMANOVA et al., 2012; LI et al., 2021; SENADHEERA et al., 2022). A partir de então, o interesse em ESG vem aumentando acentuadamente nas últimas décadas e tem sido ativamente praticado, principalmente, na Europa, América e outros países desenvolvidos.

Este estudo é uma Revisão Bibliométrica da Literatura. Caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem quantitativa, com natureza exploratória e descritiva. Foram realizadas buscas de artigos publicados a partir de 2019 nas bases de dados da Scopus e da Web of Science. O levantamento dos artigos foi realizado em 03 de fevereiro de 2023 e a seleção dos artigos foi realizada no período de 03 de fevereiro à 8 de março de 2023. Após a aplicação dos filtros foram analisados 53 artigos. O tratamento e análise dados se deram com o auxílio dos programas: Excel, VOSviewer® e o Biblioshiny®.

A partir dessa Revisão bibliométrica percebeu-se que houve um crescimento expressivo dos estudos no campo ESG a partir do ano 2021. Notou-se ainda que, os países que mais contribuem para este campo de estudo são os países desenvolvidos, destacando-se os países do continente Europeu. Em relação aos procedimentos metodológicos utilizados nas pesquisas, há predominância do método quantitativo, na qual a principal técnica de análise é a regressão linear. No que se refere ao banco de dados utilizado para coleta das variáveis de mensuração do ESG, destacou-se a base da Refinitiv Eikon®.

Os resultados mostram uma incipiência de estudos voltados para as empresas que compõem os índices de sustentabilidade da B3, na qual foi identificado apenas 1 (um) artigo voltado para o ISE, enquanto que com o ICO2 não foram encontrados estudos relacionados. Há na literatura vários estudos que buscam entender a relação ou impacto do desempenho de ESG e o desempenho financeiro em vários setores, porém faltam pesquisas que realizem um estudo comparativo entre as empresas que são consideradas sustentáveis e empresas que não são consideradas sustentáveis segmentado ou não por setor.

KELL, G. The remarkable rise of ESG. Forbes: 11 de julho de 2018. Disponível em < https://www.forbes.com/sites/georgkell/2018/07/11/the-remarkable-rise-of-esg/?sh=315302951695 >. Acesso em 08 de nov. de 2022. LI, T. et al. ESG: Research progress and future prospects. Sustainability, v. 13, n. 21, p. 11663, 2021. Ognen, R., Thomson, T., & Scores, R. E. Thomson Reuters ESG Scores. 2017.