Resumo

Com base nas concepções da sociologia ambiental e contemporâneidade do consumo, a preocupação com as questões de sustentabilidade social e do meio ambiente se tornou mais evidente (Abramovay, 2022).Em face aos desafios contemporâneos para se constituir uma visão que compreenda questões relacionadas entre consumo, comportamento, sociedade e sustentabilidade, destaca-se a importância da atuação dos movimentos sociais, cujas ações colaborativas despertam para novos estudos que contemplam os fenômenos socioambientais e as mudanças comportamentais (Lavalle, Carlos, Dowbor, & Szwako, 2019; Oliveira

O objetivo deste trabalho é analisar como os movimentos sociais se relacionam com a promoção do consumo sustentável a partir da atuação das organizações Instituto Akatu, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) e Greenpeace Brasil, considerando as dimensões contemporâneas (Material, Simbólica e Política) estruturadas por Scherer-Warren (2013).

Em contextos modernos, os movimentos sociais são ocasionados por fenômenos como globalização econômica, políticas cambiantes e influências socioculturais (Gohn, 1997, 2014), demandando a necessidade de novas estratégias de intervenção para enfrentar entraves políticos e gerar oportunidades à sociedade. Os movimentos sociais e o consumo sustentável estão relacionados pela contemporaneidade de objetivos que integram a coletividade, as transformações sociais e as contenções de desequilíbrios socioambientais, na busca de melhoria da qualidade de vida sem prescindir os os recursos ambientais.

Análise documental das organizações estudadas, retratando constituições e ações nas áreas de consumo sustentável. Considerando as dimensões dos movimentos sociais (material, simbólica, política) propostas por Scherer-Warren (2013), identificam-se as ações de promoção do consumo sustentável destas organizações. Mediante estudo de caso múltiplo e abordagem qualitativa, firmam-se entrevistas semiestruturadas e observação não-participante entre colaboradores que integram as organizações. Com o recurso do software ATLAS.ti possibilita organizar os dados coletados e sistematizados.

Os resultados indicaram conformidades de ações em torno das áreas de consumo, atuando em eixos colaborativos, dimensionando mecanismos materiais, integrações simbólicas e participações sociopolíticas para promover o consumo sustentável, fortalecendo meios e reflexões junto aos consumidores por seus atos de consumo.

Construindo parcerias de fortalecimento, percepções integrativas entre consumo, comportamento, sociedade e sustentabilidade e, visando objetivos coletivos e transformacionacionais, observou-se que o Akatu, o IDEC e o Greenpeace Brasil são organizações da sociedade civil que atuam na promoção do consumo sustentável. Suas ações relacionam-se como um elo fortalecedor entre teorias e práticas sustentáveis. Os indicadores destacados constituem perspectivas de novas formas e padrões de produção, de consumo, de descarte e de longevidade, configurando uma renovação de ações na rota da sustentabilidade

Abramovay, R. (2012b). Muito além da economia verde. São Paulo: Editora Abril. Gohn, MdG. (1997). Teoria dos Movimentos Sociais Paradigmas Clássicos e Contemporâneos. São Paulo. Edições Loyola.Gohn, MdG. (2022). Ativismos no Brasil: Movimentos sociais, coletivos e organizações sociais civis-Como impactam e por que importam?. Petrópolis-RJ. Editora Vozes. Scherer-Warren, I. (2013). Redes e movimentos sociais projetando o futuro. Revista Brasileira de Sociologia - RBS, 1(1), 187-218. https://doi.org/10.20336/rbs.29. Sen, A. (2010). Desenvolvimento como liberdade. São Paulo. Companhia das Letras.