Resumo

Título do Artigo

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO MEIO RURAL: PONTOS E CONTRAPONTOS
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Tema

Agronegócios e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Talita Nazaré Brandão Vasconcelos
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UEVA - CCSA - Centro de Ciências Sociais Aplicadas
2 - Elzilene Gomes Costa
- Geografia; Direito
3 - Benedita Marta Gomes Costa
- Curso de Administração Responsável pela submissão

Reumo

Considerada um aspecto importante para economia do país, a agricultura familiar ao longo dos últimos anos tomou diferentes nuances. Se por um lado a emergência provinda da Revolução Verde proporcionou maiores investimentos na larga produção de alimentos, por outro ela resultou em exclusão de grupos que não se adaptaram a essa nova realidade, onde prevalece a competitividade e a incorporação de novas ferramentas tecnológicas na produção. Cabe destacar que o uso da TICs no meio rural tem sido objeto de estudos promovidos, no entanto, voltam-se para a região sul do Brasil.
Considerando a importância da agricultura familiar para os produtores rurais, bem como, para a economia, e, considerando o potencial de acesso aos mercados que o comércio eletrônico proporciona, o presente trabalho tem como objetivo geral investigar a adoção e aplicação das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na comercialização da produção agrícola, com delimitação do tema na cidade de Cruz/CE, especificamente com produtores artesanais de cajuína, bebida não alcoólica feita a partir do suco de caju clarificado e esterilizado.
O uso da TICs no meio rural tem sido objeto de estudos promovidos por Godoy, Sanssanoviez e Pezarico (2020), Felippi, Deponti, e Dornelles (2017) e Deponti (2020), Cunha et al. (2022) e Prediger no entanto, essas pesquisas tem como análise municípios situados na região sul do Brasil. Nessa perspectiva, o presente artigo avança nas discussões quanto ao uso da TICS no cenário brasileiro, trazendo o cenário de um munícipio inserido no semiárido nordestino
A revisão bibliográfica contou com a pesquisa em buscadores como Google Acadêmico, Scielo, e no site do IBGE. Já o levantamento ocorreu por meio de aplicação de questionário com 17 produtores rurais que trabalham com a produção artesanal de cajuína. O instrumento de coleta de dados buscou traçar o perfil socioeconômico, a caracterização da propriedade e produção agrícola, bem como, conhecer o nível de acesso dos produtores com as novas TICs, e, por fim, entender como o comércio eletrônico se apresenta nestas comunidades rurais e, se sua utilização realmente existe.
Quanto à presença e uso de ferramentas ligadas às TICs para venda da produção, obteve-se que mais da metade ainda não utiliza nenhuma plataforma online para contactar clientes (52,9%). Por outro lado, dos que utilizam (47,1%), todos afirmaram usar sobretudo as mensagens diretas via WhatsApp. Um baixo percentual de entrevistados diz utilizar a internet para beneficiar diretamente suas vendas, com “compra de insumos e mercadorias” e “exposição dos produtos” citado por 29,4% dos entrevistados, e “divulgação via site” apenas por 23,5%.
Em relação aos desafios para o uso das TICs, cabe destacar os aspectos socioeconômicos, como escolaridade, notou-se frágil acesso à educação; idade, grande parte são aposentados, cuja saúde necessita de mais cuidados, além de terem menos familiaridade com as novas tecnologias; capacidade produtiva, boa parte dos produtores não visam expandir ou iniciar o uso das TICs para venda, pois não tem produção suficiente; acesso a financiamento, o custo de maquinários dificulta o aumento da produção, o que consequentemente inviabiliza a necessidade de ampliar canais de venda através das TICs.
BUAINAIN, A. M; CAVALCANTE, P. E; CONSOLINE, L. Estado atual da agricultura digital no Brasil: inclusão dos agricultores familiares e pequenos produtores rurais. Santiago,: [s. n.], 2021 GODOY, W. I et al. Limites e possibilidades do uso das TICs pela agricultura familiar na região Sul do Brasil. Limites e possibilidades do uso das TICs pela agricultura familiar na região Sul do Brasil, [s. l.], 2020. Disponível em: https://doi.org/10.17058/redes.v25i0.14768. Acesso em: 1 nov. 2022