Resumo

Título do Artigo

MULHERES NO AGRONEGÓCIO: aspectos do processo de gestão rural sob a perspectiva das gestoras no estado de Mato Grosso do Sul
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Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Gabrielly Martins dos Santos
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Escola de Administração e Negócios - ESAN Responsável pela submissão
2 - Denise Barros de Azevedo
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
3 - Fernanda Rodrigues de Siqueira
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS/CPNA - Escola de Administração e Negócios

Reumo

O censo agropecuário realizado em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detectou que de 4,1 milhões de propriedades rurais no Brasil, 946.075 são gerenciadas por mulheres, ou seja, são agricultoras, administradoras, pesquisadoras e especialistas contribuindo com o desenvolvimento do trabalho no campo (IBGE, 2017).
A pesquisa parte da seguinte problemática: Quais as características do processo de gestão rural sob a perspectiva de mulheres gestoras no estado de Mato Grosso do Sul? O objetivo geral do artigo é descrever as características do processo de gestão rural sob a perspectiva de mulheres gestoras no estado de Mato Grosso do Sul.
Caracterizada por representar um conjunto de ferramentas voltadas a melhoria do planejamento, organização e controle dos processos empresariais, a Gestão Rural auxilia no processo de tomada de decisão, de modo que o produtor consiga gerenciar as atividades, maximizar a produção, diminuir custos, buscando melhores resultados financeiros. Diversos estudos vêm sendo desenvolvidos tratando do perfil e dos diferenciais da gestão feminina no agronegócio. Além disso, o empoderamento feminino, segundo a definição de Kabeer (1999) apresenta três dimensões de escolha: recursos, agência e realização.
Para esta pesquisa, adotou-se a abordagem qualitativa (RICHARDSON, 2012). Com base nos objetivos, enquadra-se como de caráter exploratório e descritivo (Oliveira, 2018; Andrade, 2017), tendo sido realizada uma pesquisa de campo para coleta de dados primários, obtidos através de entrevistadaes com as duas gestoras selecionadas. As entrevistas foram realizadas por meio de um roteiro semiestruturado, sendo executadas face a face durante o mês de outubro de 2022, e gravadas mediante autorização das entrevistadas. Os dados foram interpretados através da técnica de análise de conteúdo.
As gestoras iniciaram suas carreiras profissionais em profissões diretamente ligadas ao agronegócio, mas distantes do aspecto da gestão, sendo precisaram aprender, se especializar e se adaptar as atividades desempenhadas por um gestor. Os resultados demonstraram que ambas foram motivadas a ingressar no setor por influência familiar; além disso, ocupam, atualmente, posições de liderança no ambiente de gestão, contribuindo diretamente para o processo de tomada de decisão nas organizações em que atuam; por fim, sobre o empoderamento feminino, sentem-se realizadas em suas carreiras.
Por conseguinte, este estudo lança luz a relevância da pesquisa científica acerca da gestão rural vinculada ao contexto da inserção das mulheres no agronegócio, por meio da verificação de elementos motivacionais e dos desafios enfrentados pela mulher no cenário do agronegócio. Mesmo que as gestoras rurais entrevistadas não tenham relatado explicitamente situações nas quais tenham sido vítimas de marginalização, distinção ou preconceito de gênero, ambas se situam em ambientes nos quais indicaram ter de lidar com tais questões.
CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Mulheres no agronegócio. 2018. Disponível em: http://www.cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/Mulheres%20no%20agro_VOLUME3(4).pdf Acesso em: 06 set. 2023. DE MELO, D. M. et al. A importância da Gestão Rural e da Sustentabilidade em Pequenas Propriedades Rurais. Revista GeTeC, v. 10, n. 31, 2021. SRABONI, E.; QUISUMBING, A. R. Women’s empowerment in agriculture and dietary quality across the life course: evidence from Bangladesh, Food Policy, v. 81, p. 21-36. 2018.