Resumo

Título do Artigo

CONSUMO COMPARTILHADO NO BRASIL: UMA ESTRATÉGIA ECONÔMICA OU UM ALIADO À SUSTENTABILIDADE?
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Tema

Marketing e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - César Henrique Souza Lima
FUCAPE BUSINESS SCHOOL - Mestre em Administração Responsável pela submissão
2 - Bianca de Jesus Rabelo
FUCAPE BUSINESS SCHOOL - SAO LUIS

Reumo

A partir da década de 90 com os avanços tecnológicos algumas plataformas de negócios foram criadas na medida em que avançava a tecnologia. Com isso, as atitudes em relação ao consumo foram se moldando e possibilitaram o surgimento de novas alternativas que exploram a tecnologia para disponibilizar produtos e serviços aos seus consumidores (Alshawaaf & Lee, 2021), dentre essas alternativas está a economia compartilhada (Frenken & Schor, 2017). Nesse novo cenário, o consumo por propriedade começa a dar espaço ao consumo por acesso.
Não foram encontrados estudos que identificassem a diferença nos fatores que levam os consumidores a optarem pelo consumo compartilhado relativo ao tradicional, sem se concentrarem em uma característica específica. Diante desses apontamentos, esta pesquisa visa responder a seguinte questão: quais os fatores influenciam a atitude e a intenção de consumo de produtos e serviços compartilhados no Brasil? Para isso, objetiva-se identificar os fatores que afetam a intenção de utilizar o consumo compartilhado, bem como se há diferença no efeito mediador da atitude com a intenção de consumo.
Lindblom e Lindblom (2017) afirmaram ainda que as atitudes e intenções são conceitos positivamente relacionados e que os consumidores que optam pelo consumo compartilhado o percebem como um comportamento favorável. Enquanto isso, Hamari et al. (2016) identificaram que os benefícios econômicos não possuem consequência direta na atitude em relação ao consumo compartilhado, mas que esta possui um efeito positivo sobre a intenção. E identificaram que a sustentabilidade tem um efeito significativo na formação de atitudes positivas para o consumo compartilhado.
Para verificar as hipóteses propostas foi realizada uma pesquisa quantitativa, de caráter descritivo e corte transversal. A população alvo foram pessoas que moram no Brasil e que já tiveram alguma experiência com produtos ou serviços de plataformas de consumo compartilhado. A técnica de amostragem adotada foi a não probabilística por acessibilidade. A técnica de análise dos dados utilizada foi a modelagem de equações estruturais com estimação dos mínimos quadrados parciais (Partial Least Squares – PLS).
Discutindo os resultados, percebeu-se que a hipótese H1 foi suportada, corroborando com o argumento que levou à construção da hipótese na qual a atitude influencia positivamente a intenção de consumo de produtos e serviços compartilhados. Percebeu-se que não houve relação estatística significativa entre o benefício econômico e a sustentabilidade, respectivamente, com a intenção de consumo. A atitude medeia o efeito do benefício econômico e a sustentabilidade na intenção de consumo de produtos e serviços compartilhados. Resultados coerentes com Hamari et al. (2016).
Os resultados obtidos evidenciaram relações positivas e significativas entre os construtos atitude ao consumo e a intenção de consumo, assim como na mediação da atitude com os construtos benefícios econômicos e sustentabilidade. Esses achados sugerem que os consumidores tendem a participar do consumo compartilhado quando acreditam que terão algum tipo de retorno financeiro, seja economizando dinheiro ou ganhando dinheiro nas plataformas, assim como há um favorecimento para optarem por esse tipo de consumo quando estes se apresentam sustentáveis.
ALSHAWAAF, N.; LEE, S. H. Business model innovation through digitisation in social purpose organisations: A comparative analysis of Tate Modern and Pompidou Centre. Journal of Business Research, v. 125, p. 597-608, 2021. FRENKEN, K.; SCHOR, J. Putting the sharing economy into perspective. Environmental Innovation and Societal Transitions, v. 23, n. 3, p. 3-10, 2017. HAMARI, J. et al. The sharing economy: Why people participate in collaborative consumption. Journal of the Association for Information Science and Technology, v. 67, n. 9, p. 2047-2059, 2016.