Resumo

Título do Artigo

ECOINOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO: O PAPEL TRANSFORMADOR DAS UNIVERSIDADES
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Tema

Inovação para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Claudinei de Almeida
Universidade Positivo - Programa de Pós-Graduação em Administração Responsável pela submissão
2 - Fernando Eduardo Kerschbaumer
- Universidade Positivo

Reumo

Este artigo investiga como as capacidades internas e externas das universidades podem impulsionar sua internacionalização e promover a ecoinovação através de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Caracteriza as capacidades relacionadas à estratégia de internacionalização, identifica alternativas de ecoinovação para instituições de ensino superior (IES) e analisa a relação entre internacionalização e ecoinovação. A pesquisa é baseada em uma revisão sistemática da literatura, focando nos construtos definidos pelos objetivos do estudo. As evoluções tecnológicas, sociais e econômicas atuais geram impactos desafiadores para as organizações. Diante das mudanças rápidas e constantes, este estudo busca verificar as condições que possibilitam a atuação dessas organizações no panorama internacional, promovendo avanços tecnológicos, pesquisas e ecoinovação. Identificar as capacidades e práticas adotadas em cenários globalizados é essencial. As organizações enfrentam desafios como mudanças ambientais, economia global, economia de serviços, alta tecnologia e economia do conhecimento. No contexto global, a adaptação é essencial, aplicando-se também às IES, que enfrentam necessidades empresariais, sociais, culturais e tecnológicas, além da necessidade de internacionalização. O uso das capacidades envolve fatores que possibilitam estratégias e adaptação ao mercado global. O modelo de inovação baseado na internacionalização busca a experiência do conhecimento. Esta pesquisa analisa como as capacidades das universidades podem contribuir para sua internacionalização, promovendo P&D voltado para a ecoinovação. Objetivos secundários são: caracterizar as capacidades relacionadas à estratégia de internacionalização; identificar alternativas de ecoinovação em IES internacionalizadas; compreender as práticas adotadas pelas universidades, entrelaçando capacidades, internacionalização e ecoinovação. Teorias da internacionalização revelam uma produção científica escassa e questionam a aplicação de modelos em empresas localizadas fora dos países desenvolvidos. Os processos e capacidades dessas empresas diferem significativamente das encontradas em nações desenvolvidas. Estudos mostram interseções entre abordagens teóricas como a Visão Baseada em Recursos, Ciclo de Vida do Produto, Modelo de Uppsala, Escolha Adaptativa e o Diamante de Porter. Essas teorias demandam uma análise detalhada dos recursos, de grande interesse para este estudo. Antes das ecoinovações, é importante compreender as bases relativas à inovação. O Manual de Oslo (OCDE, 2018) distingue entre inovação em produto e inovação em negócios. Autores diferenciam ecoinovação, que integra aspectos ambientais e econômicos, de inovação ambiental, verde e sustentável. Kemp e Pearson (2007) definem ecoinovação como a produção, assimilação ou exploração de um produto, processo, serviço ou método de negócio novo para a organização, resultando na redução do risco ambiental, poluição e outros impactos negativos do uso de recursos. Este conceito engloba inovações voltadas para a sustentabilidade. Este trabalho se direciona para as estratégias organizacionais e práticas das universidades no uso de suas capacidades para promover a ecoinovação. Autores abordam as redes globais de inovação como forma de colaboração em P&D. Romani-Dias et al. (2018) apontam ações como participação em publicações internacionais, intercâmbio estudantil, visitas de corpo docente e técnico-administrativos a outras IES, inclusão de conteúdos globalizados em programas, estruturação de cursos e eventos internacionais, parcerias e criação de campi em outras nações. Werlang (2018) realiza revisão sistemática relacionando capacidade absortiva, internacionalização e inovação, destacando o conhecimento como uma capacidade relevante para a ecoinovação. Cardenas (2017) discute que investir em P&D resulta em aquisição de conhecimento, aprendizado e avanços tecnológicos, incluindo ecoinovações. A pesquisa segue uma abordagem qualitativa, com método exploratório. Utiliza-se de pesquisa bibliográfica baseada em material publicado e revisão sistemática da literatura. Tal revisão foi realizada na base de dados Web of Science, utilizando a string TS = ("capacit*" AND "internationalization" AND "universities" AND "innovation"). Foram filtrados artigos dos últimos sete anos (2017 a 2023) em língua inglesa. Dos vinte e sete artigos encontrados, nove foram considerados após leitura detalhada, resultando na seleção de três artigos principais. Complementarmente, foram utilizados artigos da plataforma Google Scholar, sugestões de especialistas e referências encontradas nos artigos selecionados. Os resultados indicam que capacidades internas e externas, conhecimento e recursos tecnológicos são fundamentais para fomentar P&D, exigindo maior atenção das IES. A capacidade de formar parcerias estratégicas e gerir a cooperação internacional foram identificadas como fatores-chave para o sucesso na internacionalização e ecoinovação. A participação de empresas na produção científica, intercâmbio de alunos e mobilidade de pesquisadores são essenciais para cooperação ativa entre as IES. Instituições que investem em redes de colaboração internacional tendem a obter melhores resultados em inovação e sustentabilidade. A integração de políticas institucionais de apoio à ecoinovação é essencial para alinhar atividades acadêmicas com necessidades globais de desenvolvimento sustentável. A análise realizada demonstra que as capacidades internas e externas das IES são fundamentais para promover a internacionalização e ecoinovação. Competências relacionadas ao conhecimento e P&D são essenciais para gerar inovações sustentáveis. O estudo sugere que as IES devem avaliar estrategicamente suas capacidades para se alinhar melhor às demandas globais de sustentabilidade. Este levantamento permitiu uma reflexão profunda sobre a importância das capacidades das IES para a internacionalização e ecoinovação. As competências, especialmente aquelas relacionadas ao conhecimento e P&D, desempenham um papel essencial na geração de ecoinovação. Apesar do número limitado de publicações encontradas, os conteúdos indicam um potencial significativo de crescimento na temática, refletindo o crescente interesse das IES na integração de ciência e inovação. Certas práticas são essenciais para fortalecer a atuação das IES internacionalmente, incluindo participação em publicações internacionais, intercâmbio estudantil, visitas de corpo docente e técnico-administrativos a outras IES, integração de conteúdos globalizados, estruturação de cursos e eventos internacionais, parcerias e criação de campi em outros países. Como proposta de melhoria, este trabalho poderia ser complementado com a aplicação de questionários ou estudos de caso para validar empiricamente as práticas de internacionalização das universidades. Além disso, novos estudos poderiam explorar a ecoinovação em setores como energias, consumo e educação sustentável, ampliando o entendimento sobre como as IES podem contribuir para soluções sustentáveis e inovadoras. Dessa forma, é substancial que as capacidades das IES sejam avaliadas de maneira estratégica e sensível, visando não apenas a internacionalização, mas também o aprimoramento da geração de ecoinovações. Isso beneficia diretamente os atores envolvidos - discentes, docentes e equipe técnica - e fortalece o papel das IES como agentes de transformação e inovação global.