Resumo

Título do Artigo

O papel da confiança no efeito do ESG na seleção de fornecedor de transporte
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Tema

Operações sustentáveis e Economia Circular

Autores

Nome
1 - Pedro Henrique Gomes Monteiro
Universidade Federal de Pelotas - Centro de Ciências Sócio Organizacionais
2 - Vilmar Antonio Gonçalves Tondolo
Universidade Federal de Pelotas - CCSO Responsável pela submissão

Reumo

ESG (Environmental and Social Governance) tem ganhado atenção de investidores e stakeholders ao longo do tempo. O ESG serve como um conjunto de padrões que investidores socialmente conscientes usam para selecionar investimentos potenciais, influenciando assim a alocação de capital para empresas que demonstram um compromisso com práticas sustentáveis e governança ética (Battisti, 2023; Yang & Shen, 2022). No entanto, há segmentos, como no caso de fornecimento e seleção de transportes, que investimentos em sustentabilidade social e ambiental ainda requerem atenção (Thomas et al., 2016; Williams, et al., 2013), em especial na sustentabilidade social (Tondolo et al., 2024). Neste sentido, o tema desta presente pesquisa é a sustentabilidade nas empresas de transporte e se delimita nos investimentos em ESG no processo de formação de confiança dos compradores, com os questionamentos: “Qual o efeito do ESG no estabelecimento da confiança dos compradores em relação às empresas de transporte? E qual o papel da confiança na decisão de seleção?”. Para tal, a pesquisa teve como objetivo analisar o papel mediador da confiança no efeito dos investimentos em sustentabilidade ambiental e social na probabilidade de seleção do fornecedor de transporte. Nesse sentido, a pesquisa contou com dados obtidos por meio de um experimento baseado em vinheta com 71 estudantes de cursos da área de gestão. Para averiguar o realismo do experimento, foram adaptadas duas questões do estudo de (Thomas et al., 2016), ambas instrumentalizadas em escala tipo Likert de sete pontos, variando de 1 para “discordo totalmente” a 7 para “concordo totalmente”. A primeira questão, cujo questionava se “o caso apresentado foi realista”, obteve-se a média 5,23 (±1,73) e a segunda questão, “o caso apresentado foi interessante”, obteve média 6,11 (±1,05), indicando que os participantes conceituaram os cenários realistas e interessantes. Para verificação de manipulação foram realizadas duas perguntas, uma para cada variável independente, também operacionalizadas por meio de escala tipo Likert de sete pontos, variando de 1 para “discordo totalmente” a 7 para “concordo totalmente”. Para variável investimentos em sustentabilidade ambiental (SA) os participantes responderam a seguinte afirmativa: “a STS faz grandes investimentos em práticas ambientais”. A média das respostas dos participantes do grupo baixo investimento em práticas ambientais foi 1,68. Já a média para os participantes do grupo alto investimento em práticas ambientais foi 6,10. Os resultados da Anova (F1,70 = 161,15; p < 0,000), indicaram diferença para os participantes designados para cada grupo. Já para a variável investimentos em sustentabilidade social (SS), os participantes responderam a seguinte afirmativa: “a STS tem um foco substancial no bem-estar de seus funcionários e comunidades locais”. A média das respostas dos participantes do grupo baixo investimento em práticas sociais foi 2,24. Já a média para os participantes do grupo alto investimento em práticas sociais foi 5,55. Os resultados da Anova (F1,70 = 54,37; p < 0,000), sugerindo diferença significativa para os participantes designados para cada grupo. A pesquisa analisou, por meio de análise de regressão, a mediação com 10.000 subamostras e intervalo de confiança de 95%. As variáveis independentes foram investimento em sustentabilidade ambiental e investimento em sustentabilidade, confiança como mediadora e probabilidade de seleção do fornecedor de transporte como variável dependente. Os modelos sinalizaram efeito positivo e significante do investimento em SA e SS na confiança do respondente em relação ao fornecedor, respectivamente, os resultados foram (b = 1,69, Se = 0,34, t = 5,05, p = 0,000) e (b = 1,89, Se = 0,34, t = 5,48, p = 0,000), revelando que os investimentos em SA e SS, características do ESG, possuem efeito positivo na confiança depositada no fornecedor. Já considerando a seleção do fornecedor, os resultados revelaram que a confiança medeia o efeito dos investimentos em SA e SS, os resultados foram (b = 0,82, Se = 0,09, t = 8,94, p = 0,000). Os resultados implicam na necessidade dos gestores em estarem atentos ao ESG, tendo em vista o potencial que o espeito à sustentabilidade possui na competitividade das empresas, e em especial, na sustentabilidade das gerações futuras. O estudo sugere o desenvolvimento de pesquisas adicionais, tendo em vista à análise o efeito da reputação, do compliance, e da transparência em ESG e na relação fornecedor-comprador, bem como, na perspectiva dos consumidores finais. A pesquisa se limitou em analisar duas relações específicas e um construto mediador, outras análises podem sugerir efeitos e características diversas às considerações deste estudo. Referências Battisti, F. (2023). SDGs and ESG Criteria in Housing: Defining Local Evaluation Criteria and Indicators for Verifying Project Sustainability Using Florence Metropolitan Area as a Case Study. Sustainability, 15(12), 9372. https://doi.org/10.3390/su15129372 Thomas, R. W., Fugate, B. S., Robinson, J. L., & Tasçioglu, M. (2016). The impact of environmental and social sustainability practices on sourcing behavior. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, 46(5), 469–491. https://doi.org/10.1108/IJPDLM-02-2015-0041 Tondolo, V. A. G., Chakraborty, S., Tondolo, R. da R. P., Finger, A. B., & Lerch Lunardi, G. (2024). Socially Responsible Supplier Selection: Examining the Effects of Socially Sustainable Orientation and Stakeholder Pressure on Implementation Intentions. Latin American Business Review, 25(1), 85–103. https://doi.org/10.1080/10978526.2024.2333728 Williams, Z., Garver, M. S., & Taylor, G. S. (2013). Carrier Selection: understanding the needs of less-than-truckload shippers. Transportation Journal, 52(2), 151–182. https://doi.org/10.5325/transportationj.52.2.0151