Resumo

Título do Artigo

Estratégias ESG: Integrando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável à Competitividade Empresarial
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - DJENIFER MACEDO WALCZAK
Programa de Pós Graduação em Administração - UFRGS - UFRGS Responsável pela submissão
2 - Cíntia Raquel Peña
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Escola de Administração
3 - Aurora Carneiro Zen
-
4 - Paulo Antônio Zawislak
Programa de Pós Graduação em Administração - UFRGS - Escola de Administração/UFRGS

Reumo

A preocupação com o meio ambiente, o meio social e a governança impulsionaram a adoção de práticas essenciais nas organizações. De acordo com Mansouri e Momtaz (2022), a informação se a sustentabilidade é financeiramente vantajosa permanece incerta, pois essa abordagem impõe restrições dispendiosas, e as startups não conseguem capturar totalmente os benefícios externos positivos que geram. A partir disso, entender as implicações econômicas do empreendedorismo sustentável é essencial para a formulação de estratégias que estejam alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que também sejam economicamente viáveis e auto-sustentáveis. No entanto, realizar a integração dos ODS alinhado às estratégias empresariais torna-se desafiador, devido a resistência a mudanças culturais e a necessidade de investimentos iniciais significativos. Para que as práticas ESG (Environmental, Social and Governance) sejam efetivamente implantadas, é necessário um alinhamento entre os objetivos de sustentabilidade e as estratégias empresariais. Isso envolve a integração dos critérios ESG nas decisões estratégicas das empresas, garantindo que as metas ambientais e sociais estejam incorporadas nos processos de tomada de decisão e nas métricas de avaliação de desempenho. Ainda, sabe-se que para uma integração bem-sucedida das práticas ESG, as empresas devem adotar uma abordagem sistemática e estruturada. Isso pode incluir a implementação de metodologias específicas para identificar oportunidades de inovação com base nos ODS, bem como o uso de ferramentas e frameworks que ajudem a incorporar esses critérios no desenvolvimento de projetos (SALLES et al, 2023; MAZZIONI; et al, 2023). A adoção de práticas ESG pode levar a uma série de benefícios, como a atração de investidores e consumidores conscientes (BIGOLIN et al, 2021). No entanto, a adoção combinada das ODS, visando englobar práticas em ESG e se manter financeiramente nos propósitos empresariais é um desafio que pretendemos neste artigo, de forma a estimar, projetar e propor soluções factíveis e tangíveis, inicialmente através da exploração da literatura, do conhecimento de gestão e de mercado, a partir da adoção do ideário sustentável. No cenário empresarial contemporâneo, a integração de práticas sustentáveis e de governança tem se tornado uma necessidade estratégica, como traz Cainelli et al. (2015). As empresas enfrentam a pressão crescente para alinhar suas operações com os critérios ESG e os ODS, ao mesmo tempo em que buscam manter a rentabilidade e a inovação. Esta interação entre sustentabilidade e desempenho financeiro é fundamental para garantir que as empresas não apenas cumpram normas regulatórias e demandas do mercado, mas também prosperem em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo, afirma Araújo et al. (2022). As estratégias ESG e os ODS oferecem diretrizes para a criação de um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade. No entanto, a implementação dessas práticas é bastante desafiadora para muitas empresas, especialmente quando se busca equilibrar a rentabilidade com a responsabilidade socioambiental, segundo Lavall e Olsson (2019). As organizações são pressionadas a adotar práticas que atendam aos ODS, como o ODS 7 (Energia Acessível e Limpa), ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis), enquanto também enfrentam a necessidade de manter uma operação lucrativa e inovadora. Entretanto, muitas organizações enfrentam dificuldades em equilibrar os custos associados às práticas sustentáveis e à governança responsável com a necessidade de maximizar lucros e manter uma vantagem competitiva. A falta de informações claras sobre empresas que conseguiram resolver essa tensão se apresenta como uma lacuna na compreensão de como alinhar esses objetivos de maneira prática e sustentável. Nesse contexto, apresenta-se a seguinte questão: como as empresas podem integrar os princípios ESG e os ODS em suas estratégias? Para abordar essa situação, propomos uma pesquisa qualitativa exploratória com empresas que têm conseguido equilibrar eficazmente a integração dos princípios ESG com a rentabilidade e a inovação. A intervenção envolve a análise detalhada dessas empresas, avaliando como elas implementaram práticas ESG e ODS, quais estratégias adotaram para manter a competitividade e a inovação, e quais resultados obtiveram. A proposta inclui a realização de múltiplos estudos de caso selecionando três empresas que possuem capital aberto na bolsa de valores brasileira e utilizem a Lei do Bem (Lei 11.196/2005), na qual concede benefícios fiscais a empresas que investem em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), com a finalidade de fornecer um panorama abrangente sobre as melhores práticas e os desafios enfrentados. Pretende-se obter uma compreensão clara de como as empresas podem aplicar os critérios ESG e os ODS de maneira a promover a inovação e a produtividade sem comprometer a rentabilidade e se adequando às normas vigentes. Especificamente, busca-se identificar práticas eficazes, estratégias de integração e exemplos de sucesso que demonstrem como empresas podem gerar valor a partir da sustentabilidade. Espera-se ainda que os resultados revelem não apenas as melhores práticas, mas também as métricas e indicadores que comprovam a viabilidade econômica das iniciativas ESG e ODS. Além disso, demonstrar que, ao adotar tais práticas, as empresas podem alcançar um equilíbrio sustentável entre responsabilidade e desempenho financeiro. Como contribuição teórica, este estudo amplia o conhecimento sobre o desenvolvimento e na aplicação de ferramentas e frameworks que permitam a integração eficaz dos critérios ESG e dos ODS nas estratégias empresariais, dada a lacuna da literatura acerca de propostas práticas de implementação dos critérios de sustentabilidade vigentes, mantendo o caráter competitivo das empresas. As descobertas poderão proporcionar novos modelos e metodologias que facilitem a implementação prática e mensurável dessas diretrizes. Com implicação prática, a pesquisa contribuirá para a promoção de uma maior compreensão sobre como as empresas podem agir de forma responsável, gerar impacto positivo e ao mesmo tempo alcançar resultados financeiros robustos. A partir desse estudo, as organizações poderão aprender com as experiências de empresas bem-sucedidas, ajustando suas próprias estratégias e práticas para alinhar melhor a inovação com a sustentabilidade. Dessa forma, a pesquisa fornecerá um guia valioso para empresas que buscam se posicionar como líderes em um mercado cada vez mais focado em responsabilidade social e ambiental, assim cumprindo o objetivo principal de impulsionar o mercado a ser mais responsável frente às demandas globais.