Reumo
Desde a década de 1970 e especialmente após a Conferência das Nações Unidas de 1992, os estudos urbanos passaram a adotar princípios de sustentabilidade, abrangendo dinâmicas institucionais, sociais, ecológicas e econômicas, além de considerar necessidades humanas, equidade e mecanismos de governança (Kim; Kim, 2022; Williamson, 1999; Wolfram; Frantzeskaki, 2016). O crescimento populacional urbano, conforme a ONU (2022), impõe desafios significativos para gestores públicos e sociedade. O ODS-11 sobre Cidades e Comunidades Sustentáveis ressalta a importância de alinhar governanças aos objetivos de desenvolvimento urbano sustentável (Jesus-Lopes, 2007; Sachs, 2009; Vida, 2020). Além disso, é crucial equilibrar expansão urbana com proteção socioambiental e inclusão (Justi, 2024), integrando tecnologias da informação e comunicação (Queiroz; Fernando, 2018). Modelos urbanos em países de baixa e média renda, como o Brasil, enfrentam desafios relacionados à falta de recursos e estrutura de governança (Oliveira, 2021). O interesse acadêmico por modelos de cidades sustentáveis e inteligentes tem crescido, apesar da fragmentação do debate (Meijer; Bolívar, 2016). A cultura desempenha papel crucial na eficácia das governanças urbanas (Margueiro, 2024; Nardes; Altounian; Vieira, 2018; Fraga; Souza; Alves, 2022). Este estudo realiza um levantamento bibliométrico sobre governança, com foco em governança inteligente e urbana, identificando conceitos aplicáveis ao planejamento urbano para cidades sustentáveis e inteligentes. Foram utilizadas as plataformas Capes e Scopus para analisar publicações de 2015 a 2024, destacando que a governança inteligente e urbana têm maior relevância. A pesquisa indica a necessidade de investigações adicionais sobre padrões de governança e TICs, e comparações entre diferentes arranjos de governança para otimizar modelos urbanos sustentáveis e inteligentes.