Resumo

Título do Artigo

ORIENTAÇÃO EMPREENDEDORA NO EMPREENDEDORISMO SOCIAL: CARACTERÍSTICAS E IMPACTO EM PROJETOS DE SAÚDE
Abrir Arquivo

Tema

Empreendedorismo Sustentável e Negócios de Impacto

Autores

Nome
1 - Carlos Henrique Lizote Terres
-
2 - Suzete Antonieta LIzote
- Itajai Responsável pela submissão

Reumo

O empreendedorismo social mobiliza ideias e recursos para transformação social, criando soluções inovadoras para problemas sociais. Ele se apresenta como uma das principais soluções para diversas questões sociais complexas enfrentadas pela sociedade na contemporaneidade, em especial nos países que ainda se encontram em desenvolvimento O grande desafio que se apresenta aos que se dedicam ao empreendedorismo social, é lidar com a necessidade de assumir que, realizar um empreendimento social, nada mais é do que buscar uma alternativa aos modelos econômicos tradicionais, os quais são motivados exclusivamente por riqueza financeira. O novo modelo considera os aspectos sociais quando traça estratégias de negócios e propõe soluções para atender as demandas sociais. Como consequência, passa a ser visto como um meio de aliviar problemas sociais e catalisar a transformação social. Neste contexto, convergem os estudos teóricos sobre a orientação empreendedora ao postularem, que é preciso compreendê-la como um fenômeno de dimensão organizacional. Ela traz importantes ganhos para a organização na medida em que impacta positivamente no desempenho através do impulso provedor da melhoria na identificação de novas oportunidades, fator gerador de diferenciação e vantagem competitiva. Nas últimas décadas, as desigualdades econômicas no Brasil se intensificaram e os diversos problemas sociais se tornaram mais evidentes. Dentre as diversas consequências, uma delas foi o surgimento de comunidades socialmente vulneráveis, fato que permitiu a oportunidade para a criação de inúmeros projetos sociais, principalmente por iniciativa do Terceiro Setor. Projetos que, de modo geral, buscam reduzir tais problemas por meio de atividades educacionais, culturais e esportivas. A saúde, de acordo com o artigo 196 da Constituição Federal de 1988, “[...] é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é o estado completo de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença. Diante do exposto, se verifica que para ser saudável, é fundamental estar bem em diversos aspectos da vida. Com base no contexto descrito, este estudo buscou resposta ao seguinte questionamento: Quais são as características da orientação empreendedora das instituições que executam projetos sociais voltados para a área da saúde? Para tanto, foi definido como objetivo geral, identificar as características da orientação empreendedora presentes em organizações que executam projetos sociais voltados para a área da saúde. Este estudo, quanto aos seus objetivos, caracteriza-se como descritivo e com abordagem qualitativa, em relação ao problema. No que se refere ao procedimento de coleta de dados, caracteriza-se como uma pesquisa documental. Foram analisados os projetos sociais de ONGs premiadas em 2023, que executam projetos sociais voltados para a área da saúde e encontram-se divulgados nas suas páginas oficiais. Para tanto, utilizou-se o modelo desenvolvido por Carmona, et al. (2018), para organizações na área social e propõe que deve-se partir de três pilares que se inter-relacionam: o primeiro considera os antecedentes da OE (missão social, identificação de oportunidades, acesso a capital/financiamento e os múltiplos stakeholders); o segundo trabalha com as dimensões da OE (inovatividade, proatividade, assunção de riscos, autonomia, agressividade competitiva); e o terceiro se embasa nos resultados da OE (partindo da premissa de que esta é capaz de promover a criação de valor social, soluções sustentáveis, satisfação dos múltiplos stakeholders e sustentabilidade financeira). Os resultados da análise das dimensões da orientação empreendedora nas instituições estudadas apontaram que as características da orientação empreendedora estão presente em todos os empreendimentos ou seja, os empreendedores sociais, atuam de forma inovadora, proativa, assumem riscos, têm autonomia e são agressivos em relação aos concorrentes. Revelando assim, um panorama abrangente sobre como as organizações sociais podem utilizar essas dimensões para maximizar seu impacto e eficácia. A inovatividade se manifestou de forma significativa nas três instituições, evidenciando seu comprometimento com a introdução de novos processos, produtos e serviços que respondem a necessidades sociais específicas. Cada organização trouxe soluções criativas e inovadoras, como a criação de laboratórios especializados e a construção de centros de apoio, que visam melhorar a qualidade de vida dos atendidos. Já a proatividade, foi claramente uma característica predominante, com as instituições antecipando e criando oportunidades para enfrentar problemas sociais. A criação de protocolos pioneiros e a implementação de novas práticas, como a capacitação de equipes e a construção de infraestruturas essenciais, sublinham a importância dessa dimensão para a eficácia e expansão das iniciativas sociais. A assunção de riscos destacou-se pelo modo como as instituições enfrentam desafios financeiros, sociais e operacionais para implementar suas soluções. A disposição para comprometer recursos e enfrentar incertezas foi crucial para superar obstáculos e alcançar resultados positivos, como demonstrado pelas decisões estratégicas e pelos impactos sociais das instituições. A autonomia mostrou-se essencial para a independência e a realização de visões empreendedoras, permitindo que as organizações alavancassem parcerias e desenvolvessem projetos que refletem seu compromisso com a missão social. A capacidade de implementar ideias inovadoras e de operar com liberdade estratégica foi evidente em todas as instituições. Por fim, a agressividade competitiva revelou-se uma força motivadora para a diferenciação e o crescimento. A capacidade das instituições de se destacar e competir de forma eficaz, ao mesmo tempo em que mantêm um forte compromisso com sua missão social, exemplifica como a competição pode ser benéfica quando alinhada com os valores e objetivos da organização. Conclui-se, portanto, que a integração dessas dimensões na orientação empreendedora das instituições sociais analisadas não só reforça sua capacidade de impactar positivamente as comunidades que atendem, mas também proporciona um modelo de gestão que equilibra inovação, estratégia e compromisso social. As práticas e resultados observados sublinham a importância de uma abordagem holística e equilibrada para enfrentar os desafios sociais e promover mudanças significativas e sustentáveis.