Resumo

Título do Artigo

DESAFIOS DA APLICAÇÃO DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - WESLEY ALVES VERAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA - UFDPAR - UNIVERSIDADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA - UFDPAR Responsável pela submissão
2 - Mara Águida Porfírio Moura
- Universidade Federal do Delta do Parnaíba UFDpar

Reumo

A gestão ambiental e a busca por práticas sustentáveis emergiram como resposta a preocupações com os impactos ambientais das atividades empresariais, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. O conceito de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) ganhou destaque nas décadas de 1980 e 1990, impulsionado pela teoria dos stakeholders, que valorizou organizações sustentáveis e atraiu investimentos focados em aspectos econômicos, sociais e ambientais. A sustentabilidade, historicamente ligada à preservação de recursos naturais, foi formalmente definida em 1987 pela Comissão Brundtland como o uso responsável desses bens, sem comprometer o futuro. O desenvolvimento sustentável abrange questões como desigualdade social e justiça econômica, visando melhorar a qualidade de vida enquanto preserva o meio ambiente. Nesse contexto, empresas têm enfrentado crescente pressão para adotar práticas sustentáveis, integrando a sustentabilidade em suas estratégias gerenciais. Com a criação da Agenda 21 na década de 1990, as organizações brasileiras intensificaram suas ações em prol da sustentabilidade. A partir de então, as empresas passaram a se preocupar mais com seus impactos ambientais e sociais, promovendo ações para preservar recursos naturais. A sustentabilidade nas organizações é definida como a capacidade de equilibrar aspectos sociais, econômicos e ambientais, podendo variar de posturas defensivas a proativas. As práticas proativas, que incorporam objetivos sustentáveis, têm demonstrado maior retorno sobre ativos. A discussão sobre desenvolvimento sustentável culminou na Agenda 2030 da ONU, ratificada em 2015, que estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas, buscando erradicar a pobreza e proteger o meio ambiente. A Agenda enfatiza a colaboração entre governos e sociedade, promovendo justiça social e desenvolvimento sustentável através de tecnologia e inovação. Uma pesquisa recente visou identificar os desafios na implementação efetiva dos ODS, analisando a atuação do Estado e das organizações. A metodologia incluiu uma revisão de literatura sobre ODS nas organizações, resultando na seleção de 12 estudos relevantes para a análise. Esses estudos abordam temas como a inovação nas estruturas governamentais, a governança em áreas vulneráveis, a relação entre sustentabilidade e patrimônio cultural, e o impacto da indústria alimentícia nas políticas de saúde pública. Os resultados destacam a situação socioeconômica da América Latina, acentuada pela pandemia de COVID-19, e a importância da legislação ambiental no Brasil, que, apesar de avanços, enfrenta retrocessos. A análise também mostra que grandes empresas do setor alimentício muitas vezes desviam a responsabilidade pela saúde para os indivíduos, utilizando estratégias de lobby que prejudicam a saúde pública. Em contrapartida, as ONGs têm desempenhado um papel crucial, usando estratégias inovadoras para contornar a burocracia estatal. A implementação da Agenda 2030 requer reformas estruturais e modernização das instituições, enfrentando desafios como a burocratização e a transferência de responsabilidades para o terceiro setor. A participação público-privada é essencial, mas a fiscalização estatal é fundamental para garantir que as empresas se comprometam genuinamente com os ODS. O estudo conclui que é necessário um planejamento colaborativo entre todos os setores para alinhar as ações do Estado às necessidades da população, promovendo parcerias transparentes entre governo, ONGs e empresas. Em síntese, a pesquisa revela a relevância da implementação das práticas dos ODS para garantir a sustentabilidade e o bem-estar social. A inovação no setor público é crucial para aumentar a confiança da sociedade nos serviços estatais, e a participação de diversos atores é vital para alcançar os objetivos globais. Por fim, recomenda-se que futuras pesquisas explorem uma análise mais ampla da implementação dos ODS, considerando o contexto local e a evolução desde o lançamento do Plano Global até os dias atuais.