Resumo

No século XXI, diante da superpopulação urbana, dos problemas ambientais e das dificuldades de se planejar e gerenciar os complexos urbanos, as discussões acerca da reorganização das cidades e busca por implementar estratégias de gestão mais eficientes e sustentáveis, tornaram-se pautas de grande importância nas agendas públicas. (LEITE, 2012). Com a perspectiva de otimizar serviços, proporcionar qualidade de vida, promover ambientes mais inovadores e sustentáveis, surge o conceito de Cidades Inteligentes, que está estreitamente vinculado às inovações tecnológicas.

Em busca de entender como o conceito de Cidades Inteligentes vem sendo discutida no meio acadêmico, este artigo de revisão sistemática questiona: Este conceito está voltado para a implementação do crescimento econômico do ambiente urbano ou se inclina para o novo paradigma de Desenvolvimento Sustentável, que preza o equilíbrio entre as forças econômicas, sociais e ambientais? Este artigo tem como objetivo geral analisar a produção cientifica sobre o tema Cidades Inteligentes e Sustentáveis, no período de 2013-2018, em periódicos com classificação Qualis-Capes: A1, A2, B1, B2.

Como se sabe, a primeira sistematização do conceito de Desenvolvimento Sustentável (DS) foi elaborada por Brundtland (1987, pp. 41-42), onde se apontou que a Sustentabilidade tinha como traço fundamental a preocupação em suprir as necessidades atuais sem comprometer as futuras gerações. Posteriormente, Elkington (1999) cunhou o termo Triple Botton Line. De acordo com Caragliu, Del Bo e Nijkamp (2011, p. 6) uma cidade é inteligente quando incorpora investimentos em capital humano e social e infraestrutura de comunicação, de forma a fomentar um desenvolvimento econômico sustentável.

Para realizar esta pesquisa, utilizou-se o método de Revisão Sistemática. Como define Sampaio e Mancini (2007, p. 84), esta “é uma forma de estudo que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema”. Mediante métodos de busca determinados e sistematizados, seleção, apreciação crítica dos resultados e síntese, a revisão sistemática contribui para integrar informações de diversos estudos sobre uma problemática em particular. (GUANILO, TAKAHASHI; BERTOLOZI, 2011, p.1261).

Ao se aplicar os padrões de seleção, alcançou-se o total de 11 artigos. Verificou-se que não há concentração de publicações em um ano específico. Ao verificar a nacionalidade dos autores nota-se, que não há concentração em um país específico. A maior ocorrência de artigos se deu em periódicos de Administração Pública, o que demonstra que o tema Cidade Inteligente está inserido e vinculado à temática da gestão urbana. Importante ressaltar que, a maior parte dos artigos selecionados tiveram avaliação máxima (A1) na classificação Qualis-Capes.

Verificou-se que dentro dos 11 artigos selecionados, nenhum apresentou um estudo sobre as Cidades Inteligentes e sua relação com o Desenvolvimento Sustentável, levando em consideração os aspectos do Triple Botton Line, no qual se busca o equilíbrio entres as forças econômicas, sociais e ambientais. Percebeu-se que essas dimensões que compõem o Desenvolvimento Sustentável, foram abordadas de formas isoladas. Foi visto que houve uma maior ênfase no processo de planejamento estratégico com uma visão mais holística, mostrando uma lacuna a ser preenchida por futuras pesquisas.

BATTY, M. et al. Smart cities of the future. The European Physical Journal Special Topics, [s.l.], v. 214, n. 1, p.481-518, nov. 2012. Springer Nature. http://dx.doi.org/10.1140/epjst/e2012-01703-3. CARAGLIU, Andrea; BO, Chiara del; NIJKAMP, Peter. Smart Cities in Europe. Journal Of Urban Technology, [s.l.], v. 18, n. 2, p.65-82, abr. 2011. Informa UK Limited. http://dx.doi.org/10.1080/10630732.2011.601117. ELKINGTON, J. Triple Bottom Line Revolution: Reporting for the Third Millennium. Australian CPA, 1999.