Resumo

Título do Artigo

COOPERAÇÃO NAS REDES DE EMPREENDIMENTOS DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
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Tema

Empreendedorismo e negócios de impacto

Autores

Nome
1 - Viviane Pisano
Centro Universitário FEI - Responsável pela submissão
2 - Jacques Demajorovic
-
3 - Gina Rizpah Besen
Universidade de São Paulo -

Reumo

Estima-se que os catadores de materiais recicláveis sejam responsáveis por 90% dos resíduos destinados à reciclagem (IPEA, 2013). Apesar da sua importância eles operam de maneira singular ou isolada, compõem a base da pirâmide da cadeia da reciclagem sendo os que menos lucram com a atividade (BAPTISTA, 2014). Pesquisas recentes apontam como estratégia para superação desses desafios a articulação de empreendimentos singulares de catadores em redes para fortalecerem-se e aumentarem sua capacidade de sobrevivência. Poucos estudos, no entanto, têm focado na dinâmica dessas redes.
A competição mercadológica e os desafios configuram-se como o próprio contexto para o surgimento das redes de cooperação. A articulação em rede se dá no sentido de alcançar desempenho melhor frente à concorrência, fortalecendo-se perante o mercado (OLIVEIRA; GONÇALVES, 2011). Nesse contexto, esta pesquisa tem como objetivo identificar como as dinâmicas de cooperação contribuem para o processo de gestão de redes de empreendimentos de catadores de materiais recicláveis.
As redes são consideradas a estrutura organizacional mais capaz de lidar com o dinamismo social e econômico do mercado atual. Tendo como características primordiais a descentralização e o compartilhamento do processo de tomada de decisões, contam com a habilidade de proporcionar a evolução dos membros que a compõem (CASTELLS, 2000). Os conceitos e terminologias utilizadas para descrever as redes organizacionais são diversos, entretanto todos trazem a cooperação como foco de sua consolidação (OLIVEIRA; GONÇALVES, 2011).
Foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo descritivo, baseada em estudo de caso em uma das principais redes atuando em São Paulo e que integra 22 cooperativas. Os procedimentos metodológicos incluíram a análise documental e entrevistas semiestruturadas.
Os resultados mostram que, embora a literatura aponte os benefícios trazidos pela comercialização conjunta como principal efeito positivo da articulação em rede, as vantagens para estes empreendimentos superam os aspectos exclusivamente comerciais. A troca de saberes, o desenvolvimento do Capital Social e a infraestrutura legal e administrativa fornecidas pela rede refletem positivamente em seus membros, fazendo da comercialização conjunta mais uma das possibilidades de fortalecimento dos empreendimentos no mercado da reciclagem, frente à gama de opções proporcionada pelas redes de cooperação
Apesar de a literatura trazer como principal resultado da articulação em rede a comercialização conjunta esse estudo demostrou maior autoconhecimento por parte dos empreendimentos, relevante troca de know-how geram o desenvolvimento do capital social, fazendo com que as redes busquem as melhores alternativas para a robustez de seus empreendimentos, seja a venda direta para a indústria, a prestação de serviços ou ações de capacitação e troca de conhecimentos levando ao fortalecimento político.
BALESTRIN, A.; VERSCHOORE, J. R. Redes de Cooperação Empresarial: Estratégias de gestão na nova economia. Porto Alegre: Bookman Editora, 2016. MILAGRES, R. The governance structure of cooperative networks: The genolyptus case. Revista de Administração e Inovação, v. 11, n. 3, p. 7–29, 2014. TIRADO-SOTO, M. M.; ZAMBERLAN, F. L. Networks of recyclable material waste-picker’s cooperatives: An alternative for the solid waste management in the city of Rio de Janeiro. Waste Management, v. 33, n. 4, p. 1004–1012, 2013.