Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DA VIABILIDADE AMBIENTAL DA LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS PLÁSTICAS CONTENDO REMANESCENTE DE ÓLEO LUBRIFICANTE
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Tema

Gestão ambiental

Autores

Nome
1 - Juliana Francine da Costa
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina - Florianópolis Responsável pela submissão
2 - Guilherme Marcelo Zanghelini
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3 - Carla Tognato de Oliveira
Universidade Federal de Santa Catarina - Engenharia Ambiental - UFSC
4 - Schirlene Chegatti
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5 - Sebastião Roberto Soares
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Reumo

Fatores ecológico, econômico e legislativo influenciam a adoção da aplicação da Logística Reversa (LR) por empresas brasileiras. Desta forma, a apuração de impactos ambientais referentes à destinação de seus produtos após a utilização, baseada em dados qualitativos e quantitativos é de suma importância durante tomadas de decisões. Neste sentido, destaca-se a Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), uma ferramenta técnica e gerencial, que pode ser utilizada em comparações de cenários, para detalhamento e melhor compreensão de processos, como os de reciclagem e disposição em aterros sanitários.
No Brasil, a aplicação da LR de embalagens plásticas contendo remanesce de óleo lubrificante é exigida por lei. Porém, a viabilidade ambiental desta exigência deve ser melhor compreendida. Este estudo, com base em 11 categorias de impactos ambientais, objetivou detalhar a viabilidade ambiental desta aplicação, comparando-se dois cenários: o primeiro considerando a aplicação da LR por meio da reciclagem do plástico e do óleo lubrificante e o segundo considerando a disposição em aterro sanitário (prática predominantemente adotada).
No dia 2 de agosto de 2010, entrou em vigor a lei número 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Dentre as principais inovações trazidas pela lei estão: a LR e a responsabilidade compartilhada. Tendo como base processos envolvidos com LR, observa-se a reciclagem como um dos mais importantes. A utilização da metodologia de ACV permite avaliar o desempenho ambiental da destinação pós-uso de produtos, sendo uma possibilidade de avanço de práticas no âmbito da logística reversa (ABNT, 2009; AITKEN; HARRISON, 2013).
Dois cenários foram comparados: com aplicação da LR (1) e sem aplicação da LR (2). Os resultados foram obtidos por meio de uma análise comparativa entre os cenários, considerando as categorias de impacto: depleção abiótica, acidificação, eutrofização, aquecimento global, depleção da camada de ozônio, toxicidade humana, ecotoxicidade da água doce, ecotoxicidade da água marinha, ecotoxicidade terrestre, oxidação fotoquímica, ocupação da terra e energia total acumulada. O procedimento com o software foi a entrada de dados, adequação do método e obtenção de um gráfico comparativo.
Observou-se que o Cenário 1 (com a aplicação da logística reversa), manteve-se ambientalmente mais eficaz para as categorias: depleção dos recursos abióticos, acidificação, eutrofização, aquecimento global, depleção da camada de ozônio, toxicidade humana, ecotoxicidade de água doce, oxidação fotoquímica e energia total acumulada. O Cenário 2 (sem aplicação da logística reversa), manteve-se ambientalmente mais eficaz para as categorias: ecotoxicidade de água marinha, ecotoxicidade terrestre e ocupação da terra.
O estudo não envolveu a ponderação das categorias. Porém, pode-se concluir que em média, o Cenário 1 possui um desempenho ambiental superior em termos de participação de impacto ambiental. O Cenário 2 (sem aplicação da Logística Reversa) se mostrou negativamente mais impactante na maioria das categorias de impacto analisadas. Isto ocorre, pois a disposição em aterro sanitário, carrega as emissões inerentes a esta disposição, como atmosféricas e de chorume. Ademais, muitos dos dados avaliados no presente estudo foram levantados utilizando-se do banco de dados mundial Ecoinvent.
AITKEN, James; HARRISON, Alan. Supply governance structures for reverse logistics systems. International Journal of Operations & Production Management, v. 33, n. 6, p.745-764, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR ISO 10.004: Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004. ______. NBR ISO 14.040: Gestão Ambiental: Avaliação do ciclo de vida: Princípios e estrutura. Rio de Janeiro, 2009. ______. NBR ISO 14044: Gestão Ambiental: Avaliação do ciclo de vida: Requisitos e Orientações. Rio de Janeiro, 2009. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 12305. Brasília, 2010.