Resumo

Título do Artigo

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E CONFORTO TÉRMICO EM RESIDÊNCIAS COMO MEDIDAS DE SUSTENTABILIDADE E DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
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Tema

Cidades Sustentáveis e Inteligentes / Smart Cities

Autores

Nome
1 - Marília de Freitas Campos
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo Responsável pela submissão
2 - Wanda Maria Risso Günther
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Reumo

O desenvolvimento urbano influencia o microclima e contribui para a formação de ilhas de calor urbanas, que intensificam o impacto das ondas de calor, com reflexos na saúde de grupos mais vulneráveis, como os idosos. Considerando-se os riscos proporcionados à saúde humana pelo desconforto térmico, assim como a implicação em maior consumo de energia para climatização, torna-se necessário aplicar medidas adaptativas para mitigar os efeitos do calor, pois o princípio adaptativo objetiva relacionar a temperatura de conforto ao contexto no qual os sujeitos se encontram.
No Brasil há tendência de intensificar o adensamento urbano e de aumentar a longevidade, o que leva à intensificação da construção de habitações urbanas, em especial voltadas para a faixa etária de pessoas idosas. Para minimizar o desconforto térmico e obter ganhos energéticos a sustentabilidade passa por soluções adaptativas. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho é identificar soluções construtivas apropriadas para conforto térmico em projetos de habitação e investigar benefícios do conforto térmico para a saúde humana.
O desempenho térmico de edificações está associado ao partido arquitetônico e sistema construtivo, devendo-se considerar no projeto: médias mensais de temperatura, amplitude térmica, umidade relativa do ar, ventilação e insolação (FRANCISCO, 2009). Segundo Bagnati (2013) a forma da edificação interfere na incidência de radiação; parte da radiação incidida na face externa será refletida e parte absorvida, de acordo com os índices de absortância e de refletância do material, logo a radiação pode ser amenizada por meio de dispositivos: varanda, marquise, sacada, cobogó e pérgula.
O trabalho baseou-se em revisão bibliográfica nas bases de dados Dedalus e PubMed, no período de dez anos, com as palavras chave eficiência energética, conforto térmico e saúde ambiental, em português e inglês. O levantamento foi feito a partir da leitura de resumos, com exclusão dos artigos repetidos e seleção de artigos com acesso livre para leitura do texto completo. Também foi feita revisão bibliográfica em livros da área.
Pesquisas atestaram a relação entre conforto térmico e saúde, apontando resultados consistentes. A maioria indicou melhoria da saúde com relação a doenças respiratórias. Estudo de revisão Ige et al. (2018) indicou relação entre conforto térmico e eficiência energética com saúde física e mental de adultos, além de efeitos positivos sobre a respiração. Os resultados verificados na revisão sugeriram que garantir na residência eficiência energética e ventilação adequada pode contribuir para melhoria da saúde e bem estar dos moradores (IGE et al., 2018).
Soluções construtivas adequadas ao conforto térmico nos projetos de habitação, como medida adaptativa às necessidades de minimização dos efeitos climáticos são viáveis, porém pouco aplicadas, faltando consciência ambiental na tomada de decisão. O processo de envelhecimento da população e o aquecimento global requerem planejamento para a garantia de qualidade de vida principalmente aos grupos vulneráveis. Aplicar instrumentos de eficiência energética em edificações pode exigir maior investimento, no entanto, implica em benefícios na qualidade ambiental, além de economia de energia.
FRANCISCO, M. L. Recomendações de conforto térmico para projeto arquitetônico e implantação de unidades habitacionais em assentamentos rurais. Dissertação (Mestrado), Universidade de São Paulo, 2009. IGE et al. The relationship between buildings and health: a systematic review. Journal of Public Health, Oxford, 2018. Disponível em: BAGNATI, M. M. Zoneamento Bioclimático e Arquitetura Brasileira. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2013.