Resumo

Título do Artigo

RELATO INTEGRADO E ISOMORFISMO: UMA ANÁLISE EM EMPRESAS DE CAPITAL ABERTO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - Léia Regina Pinto Nascimento
Universidade Federal do Amazonas - Ciências Contábeis
2 - Leandro Marcondes Carneiro
Universidade do Estado do Amazonas - Escola Superior de Ciências Sociais Responsável pela submissão

Reumo

O Relato Integrado (RI) surge como uma nova forma de relatório corporativo que conduz para uma integração da comunicação de ações, práticas e indicadores econômicos, sociais e ambientais. Na busca por espelharem-se em outras organizações a fim de garantir métodos de comparabilidade em seus relatórios, forças poderosas atuam sobre diferentes organizações pertencentes a um mesmo ramo de negócios, levando-as a se tornarem cada vez mais parecidas umas com as outras. Na Teoria Institucional, o isomorfismo é o conceito que melhor capta esse processo de homogeneização das organizações.
Visando entender como os mecanismos isomórficos podem influenciar na adequação das organizações ao RI, esta pesquisa teve como objetivo analisar comparativamente os RI das empresas do Setor Elétrico Brasileiro e a possível influência isomórfica na adequação e divulgação de informações socioambientais. A pesquisa busca fornecer subsídios que permitam entender como as ações das empresas voltadas para a divulgação de informações socioambientais estão sendo norteadas na adequação ao RI.
O conceito de isomorfismo institucional é o que melhor capta o processo de homogeneização das organizações. O isomorfismo constitui um processo de restrição que força uma unidade em uma população a se assemelhar a outras unidades que enfrentam o mesmo conjunto de condições ambientais. Os mecanismos de isomorfismo, categorizados por Dimaggio e Powell, são o isomorfismo coercitivo, que deriva de influências e de problemas de legitimidade; o isomorfismo mimético, que resulta de respostas padronizadas à incerteza; e o isomorfismo normativo, associado à profissionalização.
Foram selecionadas sete empresas de capital aberto do Setor Elétrico Brasileiro, no período de 2019 a 2021, de acordo com a disponibilidade dos dados. Optou-se por analisar os capitais não financeiros, que são os que apresentam informações não obrigatórias e de divulgação voluntária. Para análise foi utilizada a metodologia de Nascimento et. al, (2015), que estabeleceu variáveis para identificar o nível de aderência dos capitais não financeiros nas amostras coletadas através de citações de palavras-chave. Após a aplicação do checklist de indicadores-chave, utilizou-se o Índice de Divulgação
As empresas sofrem influência normativa e coercitiva nos capitais Natural e Humano, nos quais existe maior regulamentação do setor e pressões externas para divulgação de informações de ambos os capitais. Quanto ao capital Intelectual, onde apresentaram o pior desempenho, nos permite relacionar com a pandemia de covid-19 na hipótese de que quando situações ambientais e sociais produzem incertezas e ambiguidades em relação à determinadas políticas a serem adotadas, as organizações tendem a imitar outras que são percebidas como estáveis, eficientes e críveis, no ambiente em que estão inseridas.
Foi possível verificar que uma prática ser percebida como relevante no ambiente econômico em que a empresa está inserida sobrepõe a necessidade de legislação específica para divulgação e adoção de determinadas políticas, o que faz relação com o isomorfismo coercitivo, pautado em práticas do setor ou pressões externas. Acredita-se que este estudo estimule a realização de novas pesquisas sobre os indicadores evidenciados nos capitais financeiros e não financeiros dos relatos integrados de empresas dos diversos setores da economia, e sua relação com a Teoria Institucional e o Isomorfismo.
CARVALHO, L.N.; KASSAI, J. R. Relato integrado: a nova revolução contábil. Revista Fipecafi, São Paulo, v. 1, p. 21-34, ago. 2014. DIMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. A gaiola de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionais. RAE - Revista de Administração de Empresas, vol. 45, n. 2, p. 74-89, 2005. IIRC – A Estrutura Internacional para Relato Integrado. Integrated Reporting, 2013. MEYER, J. W.; ROWAN, B. Institutionalized organizations: formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology, v.83, p.340-363, 1977.