Resumo

Título do Artigo

SUSTENTABILIDADE, RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E A DISRUPÇÃO TECNOLÓGICA DO TRABALHO
Abrir Arquivo

Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - José Walmir Monteiro da Silva
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - Belém Responsável pela submissão
2 - Regina Cleide Figueiredo da Silva Teixeira
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - Unama Alcindo Cacela

Reumo

A lógica da automação e da inovação amplamente disseminada no meio empresarial, assim como a busca permanente por crescimento econômico contínuo, escalável e limpo traz consigo várias considerações relacionadas ao processo de desenvolvimento sustentável e de responsabilidade social empresarial, fazendo-se com que se levantem inúmeras dúvidas sobre a real possibilidade de existência coesa e sinérgica entre os modelos de negócios preponderantes na atualidade e a ampliação social daquilo que se considera como trabalho decente.
Na atual conjuntura, percebe-se uma lógica organizacional muito mais orientada para a dimensão econômico-ambiental, nas políticas de sustentabilidade promovidas pela maioria das empresas. Partindo dessa premissa, este artigo visa analisar se existem considerações definidas para o capital humano, relacionadas à problemática do fator disrupção tecnológica do trabalho e ao desemprego tecnológico, nos relatórios de sustentabilidade das empresas associadas ao Instituto Ethos, que compõem a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial B3 e possuem operações físicas na Região Norte do país.
Um limitador relacionado aos índices de sustentabilidade apresentados nos relatórios empresariais é que eles contemplam preferencialmente as três dimensões da sustentabilidade difundidas por Elkington (2012), através do modelo triple bottom line – TBL – que corresponde apenas às questões relativas à governança econômica, social e ambiental. Assim, o que se pretende analisar através da leitura dos relatórios de sustentabilidade é se eles, além do compromisso com os ODS, contemplam alguma medição sobre os impactos da massificação das tecnologias de automação em sua própria cadeia de trabalho.
A pesquisa é de cunho qualitativo e analítico, utilizando-se para isso da leitura e análise dos Relatórios Empresariais de Sustentabilidade das empresas associadas ao Instituto Ethos, que compõem a Carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial B3 – ISEB3 - e possuem unidades físicas na Região Norte do Brasil, comparando-se as informações daqueles relatórios aos problemas da disrupção e do desemprego tecnológicos
Verificou-se que para a maioria das organizações analisadas ainda predomina uma política de sustentabilidade orientada muito mais pelo eixo econômico-ecológico-filantrópico do que pelo ambiental-humano ou mesmo, o humano-econômico. A primazia pela dimensão econômico-ecológica parece se dá, além da visibilidade e publicidade gratuitas, como muitos afirmam, pelo fato de que na visão empresarial mais propagada, a conservação ambiental ajuda as empresas a administrar os riscos em suas cadeias de suprimento, a manter os preços dos insumos baixos e a identificar novas oportunidades.
Apesar disso, análise sugeriu que as empresas consideram verdadeiros alguns preceitos da teoria econômica clássica, que assevera que o crescimento econômico e a prosperidade levam inevitavelmente ao uso racional dos recursos naturais, ao progresso tecnológico e a novas necessidades e soluções socioambientais, e que, quando as sociedades se tornam mais ricas e instruídas, elas se voltam para os desafios mais globais e urgentes (DE MASI, 2000; FARIA, 2014; PINKER, 2018), inclusive aqueles relacionados ao uso decente da mão de obra, em novos tipos de empregos e profissões.
BAUMAN, Z. Vida para o consumo; a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. BELLEN. H M. Van. Indicadores de sustentabilidade; uma análise comparativa. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. CAPRA, F. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 2006. CERQUEIRA, H. E. A. AMORIM W. A. C. Evolução e características do emprego no setor bancário. Scielo, 1998. Em https://www.scielo.br/j/rep/a/7fy9thchDhMyNFGC4xrfShC/?lang=pt#. Acesso 09/07/2022. ELKINGTON, J. Canibais com garfo e faca. São Paulo: Makron Books, 2012.