Resumo

A temática sustentabilidade vêm ganhando maior notoriedade (RIBEIRO, 2010). As empresas sofrem pressão, para gerar informação sobre suas ações de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) pelos stakeholders que cobram transparência empresarial quanto aos impactos econômicos, sociais e ambientais imbricados em suas atividades. Assim, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou ao longo dos anos conferências que discutiram ações de RSC e como consequência, surge a Agenda 2030 com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas 169 metas.

O setor de geração de energia, por ser considerado essencial para o desenvolvimento de um país, torna-o atrativo para investidores (TAFFAREL et al, 2013). No entanto, para se iniciar uma empresa deste setor, exige atividades que promovem impactos sociais e ambientais. Sendo assim, há uma pressão social que essas empresas realizem ações Socioambientais. Dado esse contexto, o objetivo do estudo é analisar o que as empresas do setor de energia listadas na 16º carteira do ISE da B3 estão divulgando em seus relatórios de sustentabilidade que estão em consonância com a Agenda 2030 e os ODS da ONU.

O objetivo geral da Contabilidade é gerar informações úteis (Hendriksen e Van Breda, 1999). Esse propósito é materializado pelas Demonstrações Contábeis que reportam informações patrimoniais, econômicas, financeiras, sociais e ambientais (Iudícibus, 2021). Essa geração de informação socioambiental está ganhando maior notoriedade por pressão social que espera que as empresas realizem ações que gerem equidade entre os aspectos financeiros, sociais e ambientais satisfazendo sua necessidade presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras (ELKINGTON, 2012; ONU, 2020; RIBEIRO, 2010).

Esse estudo segue uma abordagem qualitativa realizando o procedimento de análise do conteúdo de Bardin (2016) que consiste em uma técnica de descrição do conteúdo coletado sendo a organização da análise dividida em três etapas: (1) Pré-análise que consiste na coleta de dados, (2) exploração do material e (3) apresentação dos resultados. Foram observados o que as empresas de energia que compõe a 16ª carteira do ISE da B3 estão divulgando em seus relatórios de sustentabilidade que estão em consonância com a agenda 2030 e os ODS da ONU.

Constatou-se que as empresas do setor de energia não seguem padronização no nome do relatório em que se divulga informações socioambientais, corroborando com Reis (2017). Porém, identificou que as informações reportadas seguem a norma GRI. Também foi identificado que a amostra investigada divulga, no mínimo, 5 dos ODS da ONU. Os ODS mais priorizados foram o ODS 7. Energia Acessível e Limpa; 9. Indústria, Inovação e Infraestrutura; 11. Cidades e comunidades sustentáveis; e 13. Ação contra a mudança global do clima sendo que todas as empresas investigadas reportaram esses ODS.

As empresas de geração de energia elétrica que compõe a 16ª Carteira do ISE da B3 fazem a divulgação de pelo menos 5 dos ODS da ONU. No entanto, esses ODS priorizados estão atrelados a incentivos fiscais o que constitui uma situação favorável para pagar menos impostos, se enquadrando em um comportamento oportunista, no sentido realizar ação com determinado interesse e agindo em benefício próprio. Esse achado de pesquisa corrobora com o recall de Elkington (2018) o qual diz que as empresas priorizam o pilar financeiro do tripé da sustentabilidade.

BARDIN, Laurence. Analise de Conteúdo. Ed. 70: São Paulo, 2016. ELKINGTON, J. Canibais com garfo e faca. São Paulo: Makron Books, 2012. HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael. F. Teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. ISE B3. Metodologia. 2021. Disponível em: < http://iseb3.com.br/metodologia>. Acesso em: 09/09/2021. ONU - Organização das Nações Unidas. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: < https://brasil.un.org/pt-br/sdgs>. Acesso em: 27/10/2021. RIBEIRO, Maísa de Sousa. Contabilidade ambiental. São Paulo: Saraiva. 2010.