Resumo

O trabalho a distância, ou home office, tornou-se uma realidade global nos últimos anos, impulsionado por avanços tecnológicos e uma necessidade crescente de flexibilidade no ambiente de trabalho. Esta mudança nas dinâmicas laborais não apenas redefiniu a maneira como as organizações operam, mas também apresentou uma oportunidade única para avaliar seu impacto nas práticas de sustentabilidade empresarial.

A pergunta que norteou esse trabalho foi: qual o impacto do home office na gestão de pessoas, do ponto de vista dos recursos humanos? Como objetivo geral, buscou-se identificar a percepção dos colaboradores frente aos desafios do trabalho a distância com o intuito de pontuar os impactos positivos e negativos para as organizações e a gestão de pessoas na perspectiva da contribuição do home office para as práticas de sustentabilidade na gestão empresarial.

O conceito de sustentabilidade evoluiu, culminando na criação da Agenda 2030 e há várias abordagens-chave desse conceito (Barbieri, 2020). Dias (2017) aponta a importância da Agenda 2030 e dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), mas Boff (2012) alerta que é importante entender o que é e o que não é sustentabilidade. Goi Junior (2017), defende que os ODS reconhecem que a sustentabilidade não se limita apenas ao meio ambiente, mas abrange três dimensões interconectadas: econômica, social e ambiental. Todas as três são impactadas pela adoção do home office.

Trata-se de um estudo exploratório mediante levantamento bibliográfico e de um survey, cuja amostra foi de 121 respondentes. As respostas foram coletadas por meio de um formulário eletrônico. Para a seleção dos respondentes, foi utilizada a técnica de amostragem denominada de bola de neve. Creswell (2012, p. 2012) define a snowball sampling como um tipo de amostragem intencional que acontece quando o pesquisador pede ao participante que recomende outra pessoa para ser amostrado.

À medida que mais empresas adotam o home office, elas podem desempenhar um papel de liderança no incentivo a práticas mais sustentáveis em suas respectivas indústrias, inspirando outras organizações a seguir o exemplo. Essa mudança em direção a um modelo de trabalho mais flexível e sustentável é um passo importante para criar um mundo melhor e equilibrado, onde as preocupações ambientais e sociais estão no centro das operações empresariais. Pelo lado dos colaboradores, estes não indicaram dificuldades significativas para a migração para o trabalho à distâncias, apontando muitos benefícios.

Não obstante os vários benefícios promovidos pelo home office, o survey apontou a necessidade de atenção a alguns fatores permitem recomendar às empresas maior atenção: o estabelecimento de uma comunicação clara e aberta sobre as políticas, diretrizes e expectativas relacionadas ao home office, certificando-se que os funcionários entendam as políticas de trabalho remoto, horários de trabalho, expectativas de produtividade, formas de comunicação e colaboração.

BARBIERI, J. C. Desenvolvimento sustentável. Petrópolis: Vozes, 2020. BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. CRESWELL, J. W. Educational research: Planning, conducting, and evaluating quantitative and qualitative research. Boston: Pearson, 2012. DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2017. GOI JUNIOR, L. O. Sustentabilidade corporativa e ESG. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2022. PRAIS, J. L. de S.; ROSA, V. F. da. Nuvem de palavras e mapa conceitual. Nuances: Estudos sobre Educação, 28(1), 201-219, 2017.