Resumo

Título do Artigo

A POBREZA MULTIDIMENSIONAL FEMININA NO BRASIL: ANÁLISE DAS PRIVAÇÕES A PARTIR DO MÉTODO ALKIRE-FOSTER
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Tema

Comunicação, Indicadores e Modelos de Mensuração da Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Luise Rodrigues Antunes
Unipampa | Universidade Federal do Pampa. - Unipampa, campus Santana do Livramento Responsável pela submissão
2 - SIBELE VASCONCELOS DE OLIVEIRA
Universidade Federal de Santa Maria - DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
3 - ALESSANDRA TROIAN
Unipampa | Universidade Federal do Pampa. - Santana do Livramento

Reumo

A pobreza é determinada pelas desigualdades de gênero, desta maneira, as mulheres encontram dificuldades de inserção nas estruturas de emprego, no acesso a bens e serviços, nas esferas de poder, entre outros. Para fazer frente a isso, foi instituído a ODS 5 que visa empoderar todas as mulheres e alcançar a igualdade de gênero até 2030 (MOSTAFA et al., 2019). Nesse sentido, torna-se pertinente considerar que as privações que as mulheres brasileiras estão submetidas são condicionadas por diversos fatores e intensificadas durante a pandemia de COVID-19.
O presente estudo tem por objetivo verificar as condições de vida das mulheres brasileiras durante a pandemia. Dentre os objetivos específico, estão: a) identificar as fontes de privações vivenciadas pela população feminina; b) obter a incidência, o hiato e a incidência da pobreza ajustada; d) analisar a multidimensionalidade da pobreza entre mulheres brancas, não brancas, com domicílio rural e urbano.
As relações de gênero são entendidas como uma construção social baseada na diferenciação biológica dos sexos, acarretando relações de poder e subordinação sobre as funções e atividades desempenhadas por mulheres (SILVA, 2012). A pandemia do coronavírus em 2019 foi um fator que acentuou as vulnerabilidades das mulheres, com o aumento da violência doméstica, sobrecarga de suas tarefas desempenhadas com a casa e filhos. Durante o isolamento social, as famílias necessitaram ficar por tempos indeterminado em suas residências, acentuando a sobrecarga feminina (SILVA et al., 2020).
A pesquisa possui abordagem quantitativa, caráter exploratório, realizada a partir da adoção do método Alkire-Foster. Desta maneira, foi empregado o método Alkire-Foster (AF) para realizar o cálculo da medida multidimensional de pobreza, de forma a manipular os microdados estatísticos da PNAD-COVID.
Observou-se que cerca de 50% das mulheres brasileiras podem ser consideradas multidimensionalmente pobres. As análises desagregadas por grupos étnicos/regionais indicaram que as mulheres rurais são as que apresentam a maior proporção de pobreza (63,49%), com intensidade de privações em 74,33%. Dos indicadores adotados para o estudo, os grupos de mulheres analisados demostraram ser mais privadas em trabalho formal, sendo 100% nesse indicador.
A ODS 5, já traz em suas metas a igualdade de gênero e participação efetiva de mulheres em todas as esferas da vida, nesse sentido, para que isso se concretize é necessário investimento governamental para que a agenda 2030 possa ser cumprida, com ressalva na ODS 5. Nesse sentido, para a atual situação de privações do Brasil ser alterada é necessário haver políticas públicas contínuas de inclusão social, que incluam as mulheres, sobretudo as negras residentes no meio rural, para que essas consigam ter uma vida digna e justa a acessos.
MOSTAFA, Joana et al. ODS 5: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas: o que mostra o retrato do Brasil? Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, 2019 SILVA, Carla. A desigualdade imposta pelos papéis de homem e mulher: uma possibilidade de construção da igualdade de gênero. Revista Direito em Foco, São Paulo, v. 5, p. 1-9, 2012. SILVA, Juliana Marcia Santos et al. A feminização do cuidado e a sobrecarga da mulher-mãe na pandemia. Revista Feminismos, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, 2020.