Resumo

Título do Artigo

Evolução da asseguração do Relato Integrado: uma análise mediante os relatórios emitidos pelos auditores independentes sobre o Relato Integrado publicado pelo Itaú Unibanco
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Tema

Comunicação, Indicadores e Modelos de Mensuração da Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Juliane Campoe Correa
Universidade Estadual de Maringá - Universidade Estadual de Maringá Responsável pela submissão
2 - Giovana Moraes da Silva
-
3 - Filipe da Silva Santos
Universidade Estadual de Maringá - Campus Regional de Cianorte
4 - Marguit Neumann
- Universidade Estadual de Maringá

Reumo

Em 2014, o Value Reporting Foundation lançou dois documentos fornecendo uma visão geral e promovendo uma discussão pública sobre a asseguração para o Relato Integrado (RI). Desde a divulgação desses documentos, diferentes estudos surgiram envolvendo a discussão sobre a asseguração do RI. Embora o RI tenha surgido como uma proposta voluntária, ele tem se tornado obrigatório conforme normativas divulgadas por alguns órgãos brasileiros, como a Lei das Estatais, n. 13.303/2016 e a Resolução n. 014/2020, da Comissão de Valores Mobiliários
Diante disso, a asseguração do RI se torna um pilar significativo no processo de evolução da implementação deste relatório, pois se presume que algo que é garantido tenha maior credibilidade em sua publicação. É oportuno mais investigações sobre a asseguração do RI, como apontado na literatura. Assim, busca-se responder a seguinte questão: a asseguração independente do RI do Itaú tem evoluído desde a sua discussão inicial? O objetivo é analisar a evolução da asseguração do RI do Itaú Unibanco a partir do relatório emitido pelos auditores independentes no período de 2013 à 2022.
Para assegurar informações não financeiras, empresas de auditoria utilizam a norma ISAE 3000, emitida pelo International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB), porém orientada para a contabilidade. No Brasil, a norma equivalente é a NBC TO 3000 publicada pelo Conselho Federal de Contabilidade, cuja norma de asseguração trata de trabalhos que não sejam de auditorias ou revisões de informações financeiras. Já empresas de consultoria tendem a utilizar a norma AA1000AS, emitida pela organização internacional de consultoria e padronização AccountAbility.
O método de coleta de dados escolhido foi o documental. Ao todo, dez relatórios foram coletados no próprio website do Itaú e analisados, referente aos exercícios compreendidos entre 2013 e 2022. Empregou-se a análise de conteúdo temática proposta por Bardin (2016), pois se concentra no significado que emerge do texto, com base na literatura usada. As etapas da análise foram: pré-análise, codificação e categorização. Nesta última, as categorias analisadas são: nível de asseguração; responsabilidade da administração; norma utilizada pela auditoria.
O relatório de asseguração da auditoria teve mudanças ao longo dos últimos 10 anos, mas não propriamente uma evolução, já que o nível de asseguração se manteve como garantia limitada. Inicialmente, o relatório de asseguração dos auditores estava totalmente voltado em assegurar informações financeiras contidas no RI. Em seguida, a asseguração foi mais direcionada às informações não financeiras, apoiando que o valor da empresa é influenciado por ativos intangíveis da companhia. Já as últimas assegurações não mostram quais itens foram assegurados pelos auditores deixando algumas incógnitas.
Conclui-se que a asseguração do RI precisa evoluir. Para que isso efetivamente se concretize, assume-se que empresas, normatizadores e academia discutam conjuntamente o conteúdo de relatórios integrados utilizando os critérios do framework emitido pelo atual Value Reporting Foundation. Assim como, analisem criticamente as normas existentes, como a norma ISAE 3000 e a norma AA1000AS, e pontuem as dificuldades, lacunas e possíveis soluções e metodologias a serem desenvolvidas para que a asseguração independente do RI evolua para uma asseguração de nível razoável.
Rossi, A., Luque-Vilchez, M & Busco, C. (2020). Integrated reporting assurance: State of the art, current issues, future challenges and research opportunities. The Routledge Handbook of Integrated Report, 42(2), 16-30. Corrado, M., Demartini, P., & Dumay, J. (2019). Assurance on Integrated Reporting: A Critical Perspective. In S. Idowu & M. Del Baldo (Eds.), Integrated Reporting. CSR, Sustainability, Ethics & Governance. Springer. Mio, C. (2020). Relatórios integrados: o estado da arte dos Relatórios Corporativos. Revista Contabilidade & Finanças, 31, 207-211.