Resumo

Título do Artigo

ELEMENTOS CONSTITUINTES DO DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DA PISCICULTURA DO OESTE DO PARANÁ
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Tema

Agronegócios e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Cinara Kottwitz Manzano Brenzan
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE - UNIOESTE
2 - Aldi Feiden
-
3 - SILVANA ANITA WALTER
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE - Campus Marechal Cândido Rondon (PR) Responsável pela submissão

Reumo

Historicamente, existem duas perspectivas distintas do conceito de desenvolvimento. A primeira se concentra no desenvolvimento do sistema produtivo, enfatizando a necessidade de se concentrar na produtividade do trabalho. Já a segunda abordagem enfatiza a importância de satisfazer as necessidades humanas (FURTADO, 1980). Um aspecto importante desse modelo de desenvolvimento está intrinsecamente ligado à estrutura e perfil do sistema produtivo local - um sistema que mantém coerência interna, compromisso com o local e está em sintonia com as mudanças globais. Vázquez-Barquero (2002).
Em relação à problemática a piscicultura tem se tornado uma atividade econômica de crescente importância para a região oeste do Paraná nas últimas duas décadas, porém nem sempre isso ocorreu, pois as práticas com a atividade eram rudimentares e manuais, com escassez de políticas públicas e de pessoas com experiência nas práticas em tanques escavados. Esse crescimento traz consigo a necessidade de organização e de melhorias em diferentes aspectos. Objetivo: compreender os elementos que compõem o desenvolvimento rural sustentável relacionado à piscicultura na região oeste do Paraná.
O conceito de desenvolvimento pode ser explicado por três diferentes correntes. A primeira, denominada fundamentalista, considera o desenvolvimento como sinônimo de crescimento econômico(SACHS, 2002). A segunda corrente trata o desenvolvimento como um mito. Para os pós-modernistas, a ideia de desenvolvimento sustentável não muda a visão de desenvolvimento econômico porque ambos se tratam do mesmo mito. A terceira corrente aproxima o desenvolvimento da liberdade, de modo que o primeiro objetivo só pode ser alcançado se os direitos e liberdades individuais forem garantidos a todos. (VEIGA,2005).
Em relação ao delineamento desta pesquisa, o alinhamento ontoepistemológico está de acordo com a abordagem de teorização organizacional anti-estruturalista de Hassard e Cox (2013). O delineamento metodológico da pesquisa, por meio de um estudo de caso coletivo (STAKE, 2005), o processo de teorização organizacional (CORNELISSEN; HÖLLERER; SEIDL, 2021) e explicamos o processo de análise, segundo Gioia, Corley e Hamilton (2012) de como foi gerado teoria a partir dos dados. Em relação aos sujeitos da pesquisa, foram entrevistados ao total 20 pessoas envolvidas desde o início da piscicultura.
Os principais elementos constitutivos desta tese, os quais emergiram por meio da síntese analítica, são: o desenvolvimento endógeno, impulsiona o desenvolvimento local, tendo como elementos o envolvimento emocional e a organização rural, assim como o desenvolvimento endógeno e neoendógeno que além das práticas locais recebem apoio de atores externos que contribuíram para o DRS da atividade no oeste do Paraná, aprendizagem, tecnologia, legislação ambiental e sanidade, políticas públicas e comercialização.
Como contribuição prática, ao se entender da dinâmica de funcionamento desta cadeia, podemos entender que além do desenvolvimento endógeno, a mesma necessita de recursos externos para sua alavancagem que sejam continuados e não dependam de políticas sazonais. Por sua vez, como contribuição teórica, é possível evidenciar a relação entre os elementos locais e de apoio lateral das forças externas que constituíram e co-constituíram o desenvolvimento sustentável da piscicultura do oeste do Paraná, perfazendo base para estudos futuros.
GKARTZIOS, M.; SCOTT, M. Placing housing in rural development: exogenous, endogenous and neo-endogenous approaches. Sociologia Ruralis, v. 54, n. 3, p. 241-265, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1111/soru.12030. HASSARD, J.; COX, J. W. Can sociological paradigms still inform organizational analysis? A paradigm model for post-paradigm times. Organization Studies, v. 34, n. 11, p. 1701-1728, 2013. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0170840613495019. SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2002. VEIGA, J. E. Desenvolvimento..2005