Resumo

Título do Artigo

OS SISTEMAS ALIMENTARES BRASILEIROS NO CONTEXTO DA SINDEMIA GLOBAL
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Tema

Agronegócios e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - SIBELE VASCONCELOS DE OLIVEIRA
Universidade Federal de Santa Maria - DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS Responsável pela submissão
2 - Gustavo Da Silveira Stegues
UFSM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - Departamento de Ciências Econômicas e Relações Internacionais - Campus Santa Maria
3 - RITA INÊS PAETZHOLD PAULI
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4 - EDNALVA FELIX DAS NEVES
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Reumo

As pandemias de obesidade, desnutrição e mudança climática representam alguns dos principais desafios da humanidade em esforços para promoção de subsistência e desenvolvimento (SWINBURN et al., 2019). As especificidades do sistema alimentar global contribuem para que as citadas pandemias sejam intensificadas. Ao serem vetores da destruição da biodiversidade, da queima de combustíveis fósseis - entre outros - os sistemas alimentares são corresponsáveis por ameaças à saúde humana e do planeta (ABRAMOVAY, 2021).
No escopo das discussões acerca dos caminhos para a sustentabilidade dos sistemas alimentares, cabe a reflexão sobre os desafios brasileiros para mitigar os efeitos negativos das mudanças climáticas sobre o viver humano e para enfrentamento das diferentes faces da insegurança alimentar. Destarte, o presente estudo dedica-se a analisar a conjuntura do Brasil à luz da emergência das problemáticas correlatas à sindemia global. Sob uma perspectiva exploratória, importantes contribuições teóricas sobre o tema são avaliadas, assim como dados estatísticos sobre o tema.
A sindemia global é marcada pela ocorrência simultânea das pandemias de fome, obesidade e mudanças climáticas. Ao serem auto reforçadas, acabam por compartilhar condicionantes socioambientais e, da mesma forma, exercem influência mútua sobre as condições de vida e bem-estar da sociedade (BURIGO; PORTO, 2021). Argumenta-se que as pandemias de desnutrição, obesidade e das mudanças climáticas guardam relação com o avanço do sistema alimentar global e com o modelo dominante de agricultura (BURIGO; PORTO, 2021; ABRAMOVAY, 2021).
O estudo vale-se de pesquisa bibliográfica, documental e da análise de dados estatísticos para inferir sobre a conjuntura do Brasil à luz da emergência das problemáticas correlatas à sindemia global.
A interação complexa entre a falta de acesso a alimentos saudáveis, as desigualdades sociais e as escolhas produtivas do país resultam em uma série de problemas sociais, que vão desde a desnutrição, a obesidade e doenças crônicas, além de repercussões negativas do sistema alimentar sobre o meio ambiente. O impacto da insegurança é evidente em todas os grupos sociais e faixas etárias, especialmente em crianças e população em vulnerabilidade social. Por sua vez, as mudanças climáticas dificultam a promoção da segurança alimentar, ao passo que impactam o plantio de alimentos saudáveis, etc.
Combater a sindemia global requer uma resposta integrada e coordenada de múltiplos setores e partes interessadas. É necessário um compromisso político em nível nacional e internacional para erradicar a insegurança alimentar e alcançar a sustentabilidade dos modos de produção alimentar. Essa resposta coordenada deve incluir ações para aumentar a produção e distribuição de alimentos saudáveis, com incentivos para agricultores que produzam alimentos sem agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, melhorar o acesso à água potável e saneamento, garantir a igualdade de acesso aos serviços de saúde, etc.
ABRAMOVAY, R. Desafios para o sistema alimentar global. Cienc. Cult., São Paulo, v. 73, n. 1, p. 53-57, 2021. BURIGO, A. C.; PORTO, M. F. Agenda 2030, saúde e sistemas alimentares em tempos de sindemia: da vulnerabilização à transformação necessária. Ciência & Saúde Coletiva, São Paulo, v. 26, n. 10, p. 4411-4424, 2021.