Resumo

Na direção das atuais necessidades relacionada a preservação e cuidado ambiental, promover o controle ecológico dentro das organizações pode resultar em benefícios relevantes. Tais benefícios podem proporcionar tanto melhorias ambientais como também a redução dos custos através da eficiência ecológica, o desenvolvimento de mercados, melhores relações com a comunidade e melhor imagem. A contabilidade gerencial ambiental por meio dos Sistemas de Gestão Ambiental (SGA), pode ajudar as empresas a trabalharem para alcançar benefícios potenciais e para enfrentar suas responsabilidades ambienal.

os atuais estudos estão identificando a importância de relacionar a NRBV com metodologias de controle gerencial voltado as questões ecológicas (GRABNER; MOERS, 2013; SISDYANI et al., 2020). Além desta lacuna, de acordo com Laguir et al. (2021) o eco-controle contribui para o desempenho ambiental, porém pouco se sabe sobre a forma como o eco-controle muda e em que medida isso influencia, ou não, o desempenho ambiental. Em linha o problema de pesquisa é como elaborar um modelo de sistema de controle gerencial a fim de apoiar os gestores de uma indústria de transformação na tomada de decisão.

Com o proposto da criação vantagem competitiva sustentada baseada nas capacidades internas e externas das empresas com os fatores ambientais existente em uma organização é que surgiu a Teoria da Visão Baseada em Recursos Naturais (NRBV), proposta por Hart (1995). A qual sustenta que o desenvolvimento e a manutenção de capacidades ambientais, únicas e valiosas, podem ajudar a criar vantagens competitivas e melhorar o desempenho da empresa. Por sua vez, eco-controle surge como um mecanismo de ligação das empresas para enfrentarem os desafios ambientais, por meio de um método financeiro.

Para a construção de um sistema de apoio à tomada de decisão para as questões ambientais, a metodologia utilizada foi a Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão Construtivista (MCDA-C). O fato deste estudo envolve analisar como uma empresa (denominada de forma fictícia como Empresa Beta) melhora seu desempenho por meio da utilização das capacidades internas e do uso de sistemas gerenciais.

O MCDA-C atendeu aos pressupostos da problemática do estudo e por tratar-se de método científico validado, possibilitou a identificação dos pontos de ajustes (os com função de valor de -1 a -150), como também as ações já implementadas que estão em níveis de excelência (com função de valor de 101 a 105) e as ações em nível de mercado (com função de valor de 0 a 100). Assim, com base nos resultados apresentado pela empresa, no momento da aplicação da pesquisa, seu SQ foi de 17 pontos (ou 17%). Com as recomendações de melhorias propostas pela pesquisadora, se aplicado seu SQ aumentaria em 25%.

Este estudo de caso apresenta relevantes implicações, principalmente a luz de uma maior discussão sobre como ocorre o fortalecimento das capacidades internas em uma empresa ou a implementação do eco-controle. Diante disso no campo teórico, este estudo propôs uma análise qualitativa relatando os benefícios que as capacidades ambientais, propostas pela NRBV, além de exemplificar como isso acontece no dia a dia na empresa. Essas informações podem auxiliar estudos futuros na interpretação e compreensão desta teoria. O mesmo acontece com a ferramenta do eco-controle.

HART, S. L. A natural-resource-based view of the firm. Academy of management review, 20(4), 986-1014, 1995. HART, S. L.,; DOWELL, G. Invited editorial: a natural-resource-based view of the firm: fifteen years after. Journal of management, 37(5), 1464-1479, 2011. HENRI, J. F. Management control systems and strategy: A resource-based perspective. Accounting, organizations and society, 31(6), 529-558, 2006. HENRI, J. F.,; JOURNEAULT, M. Eco-control: The influence of management control systems on environmental and economic performance. Accounting, Organizations and Society, 35(1), 63-80, 2022.