Resumo

A International Organization of Vine and Wine em 2022 em relatório registrou pelo segundo ano, crescimento recorde brasileiro em produção de vinho, como também em consumo da bebida, podendo ser considerado a mudança de padrão de consumo nos anos de pandemia de COVID19. A par desse dado, produtores brasileiros de vinho vêm investindo mais em vinhos de inverno e, portanto, a qualidade e disponibilidade do produto em região de cerrado cresceu proporcionalmente. Como consequência a demanda pela quantidade de insumo para essa produção também aumentou.

Tendo-se em vista a mudança de paradigmas sobre consumo e demandas das organizações sobre sua responsabilidade socioambiental, bem como a mitigação da falta de garrafas de vidro no mercado conforme percebido em momento anterior, buscou-se a existência de práticas de Logística reversa sobre embalagens de vidro em organizações com experiência na produção vitivinícola no Distrito Federal e entorno.

Foram tratados os temas, logística reversa, logística reversa do vidro, Vinicultura e logística reversa na produção de vinho abordando-se os principais autores das temáticas acima descritas e os estudos encontrados, os quais no espaço temporal de 10 anos (2010-2021) pesquisados.

Utilizou-se de revisão sistemática com o protocolo de Bardin(1977) para sua análise, análise bibliográfica e entrevista de profundidade para a análise do ambiente pesquisado. A entrevista com os vitivinicultores locais (Distrito Federal e entorno) foi realizada a partir da técnica de Snowball Sampling com roteiro semi-estruturado composto tendo como referência o modelo construido por Gugel (2020). Para a análise dos dados, foi utilizada, a pré-análise, a exploração do material e por fim a análise de conteúdo. Assim, compõe-se da pesquisa dados primários e secundários.

Ao total foram entrevistadas 4 empresas, representadas pelos ocupantes de cargos em nível estratégico aos estabelecimentos, Chief Executive Officers (CEO's), Diretores e sócios. Os produtores estão localizados no Distrito Federal e em Goiás. As empresas ouvidas são em sua totalidade microempresas com até nove (9) funcionários cada uma. Percebeu-se que existe a possibilidade de realização de ações voltadas à prática de LR sobre o vidro em organizações vitivinícolas, a responsabilidade compartilhada, a busca por novos mercados através novos posicionamentos de mercado e embalagem da bebida.

Embora de uso estratégico para alguns tipos de vinho, a utilização da LR fez-se presente no momento da pandemia de COVID 19 e seguiu a posteriori de maneira tímida por estes produtores demonstrando diferencial e conquistando mercados mais exigentes quanto à responsabilidade pós consumo e em busca de novos públicos menos conservadores. A área carece de pesquisa com a temática profundamente, bem como os produtores necessitam de mais incentivo social e governamental para a execução da LR em seus negócios.

GUARNIERI, Patricia. Logística Reversa: em busca do equilíbrio econômico e ambiental. 1a. ed. Editora Clube de Autores. Recife, 2011. GUGEL, Gisele Mion. Práticas de Gestão Ambiental Voltadas à Logística Reversa de Embalagens na Indústria Vinícola. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia e Gestão Vitivinícola. Universidade de Caxias do Sul, 2020. LACERDA, Leonardo. Logística Reversa: Uma visão sobre os conceitos básicos e práticas operacionais. Semana de Gestão Ambiental. COPPEAD/UFRJ. Etesi. Rio de Janeiro, 2002. LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: nova área da logística empresarial.