Resumo

Título do Artigo

AMAZÔNIA EM CRISE A EDUCAÇÃO AMEAÇADA PELAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Abrir Arquivo

Tema

Estudos da Amazônia

Autores

Nome
1 - Enaile Maria de Moraes Oliveira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN - Ctec
2 - Jessyk Daiana Bianconi
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN - Campus Central - Natal. Responsável pela submissão

Reumo

A Amazônia, essencial para a regulação climática global, enfrenta grandes desafios devido às mudanças climáticas. As florestas da região absorvem dióxido de carbono e regulam a precipitação, mas o aumento das temperaturas, mudanças nos padrões de chuva e eventos climáticos extremos comprometem essa função. A degradação ambiental afeta tanto os ecossistemas quanto as comunidades humanas tradicionais, incluindo a infraestrutura educacional. Este estudo examina como essas mudanças climáticas impactam a educação na Amazônia, especialmente nas populações indígenas, ribeirinhas e quilombolas, que enfrentam maior vulnerabilidade devido à falta de políticas públicas eficazes e gestão adaptativa. O objetivo do estudo é analisar o impacto das mudanças climáticas na educação na Amazônia, identificando os efeitos específicos nas condições educacionais. A análise busca fornecer insights para políticas públicas e práticas educativas que possam melhorar a resiliência das comunidades escolares diante desses desafios. O estudo está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especificamente o ODS 13 (Ação contra a Mudança Climática), o ODS 4 (Educação de Qualidade) e o ODS 3 (Saúde e Bem-Estar). A metodologia adotada é qualitativa, baseada na análise documental de relatórios governamentais, artigos acadêmicos e documentos institucionais sobre frequência escolar e desempenho acadêmico em áreas afetadas por eventos climáticos extremos. A análise revelou que eventos climáticos extremos, como inundações e secas, prejudicam significativamente a infraestrutura escolar. Em áreas severamente afetadas, a frequência escolar caiu até 20% durante períodos críticos. Inundações danificam edifícios escolares, materiais e interrompem o transporte, resultando em perda de dias letivos e afetando a continuidade do ensino. Além disso, a saúde dos alunos é comprometida pelo aumento de doenças tropicais como malária e dengue, prejudicando a frequência e o desempenho acadêmico. A saúde dos professores e funcionários escolares também é afetada, com ausências que desestabilizam o ambiente educacional e prejudicam a qualidade do ensino. Estudos mostram que a vulnerabilidade das infraestruturas escolares na Amazônia aumenta a exposição dos alunos aos riscos climáticos, prejudicando o processo de aprendizagem. Escolas em áreas rurais e de difícil acesso são particularmente vulneráveis, carecendo de recursos para se adaptar aos desafios climáticos. A falta de infraestrutura resistente e recursos pedagógicos adequados limita a capacidade das escolas de implementar práticas de ensino resilientes. Planos de contingência para emergências climáticas são frequentemente inexistentes ou inadequados, deixando as comunidades despreparadas. Esses impactos negativos estão relacionados aos ODS. O ODS 4, que busca garantir uma educação inclusiva e de qualidade, é afetado pelas interrupções causadas pelos eventos climáticos. A diminuição na frequência escolar e os desafios no desempenho acadêmico impedem o progresso em direção a uma educação de qualidade. O ODS 3, que visa promover a saúde e o bem-estar, também é comprometido, pois a saúde dos alunos e professores é prejudicada pelas condições climáticas adversas. O ODS 13 destaca a necessidade de adaptação e resiliência das infraestruturas educacionais frente aos desafios climáticos. Para mitigar esses impactos, é fundamental que as políticas públicas fortaleçam a infraestrutura escolar, tornando-a mais resistente a eventos climáticos extremos. Isso inclui a construção de edifícios escolares capazes de suportar inundações e tempestades, a implementação de sistemas de saneamento adequados e o fornecimento de acesso seguro à água potável. Investir em tecnologias de ensino, como plataformas de aprendizado online e recursos digitais, pode ajudar a manter a continuidade da educação durante crises. No entanto, muitas comunidades tradicionais ainda não têm acesso a essa infraestrutura, o que limita a eficácia dessas plataformas. A capacitação dos professores em práticas de ensino resilientes e a inclusão de educação ambiental no currículo escolar são essenciais para preparar as futuras gerações para enfrentar os desafios climáticos. Programas de formação contínua para educadores podem fornecer as ferramentas necessárias para adaptar o ensino às novas realidades climáticas e promover práticas sustentáveis. Desenvolver planos de contingência robustos para emergências climáticas, com estratégias claras para minimizar as interrupções no ensino, é importante para garantir a segurança e o bem-estar dos alunos e funcionários. A abordagem sugerida visa melhorar a resiliência das comunidades escolares e contribuir para um desenvolvimento sustentável mais amplo na Amazônia. Pesquisas adicionais são necessárias para explorar novas estratégias e expandir a compreensão dos impactos das mudanças climáticas em outras regiões vulneráveis, garantindo que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente das condições climáticas. Em suma, enfrentar a intersecção entre mudanças climáticas e educação na Amazônia exige uma abordagem multifacetada, incluindo o fortalecimento da infraestrutura escolar, a capacitação de educadores, a implementação de tecnologias de ensino resilientes e a promoção da educação ambiental. Adotar essas medidas é essencial para avançar em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e garantir um futuro mais sustentável e equitativo para todos.